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Movimento do Grupo da Avianca e Gol encontra ponto de resistência

A Ultra Air, jovem  companhia aérea de baixo custo colombiana fundada pelos empresários William Shaw (também fundador da Viva) e Oscar Herrera, disse em comunicado que se opõe à fusão entre a Avianca e da VIVA, citando o monopólio potencial do mercado, reportou o site Aviacionline.

O pedido de fusão de Avianca e Viva já havia sido divulgado semanas antes da mesma Avianca e da brasileira Gol anunciarem a criação de uma holding – Grupo ABRA – que abarcaria as duas empresas. Se tudo isso for aprovado, Avianca, Gol e Viva serão parte de um mesmo grupo aéreo.

O comunicado da Ultra Air começa dizendo que “com essa integração, Avianca e Viva teriam 65% do mercado. Não há possibilidade de autorizar essa operação”

“Enviar o pedido no primeiro dia útil do governo do presidente Gustavo Petro, sob o argumento de uma possível falência da Viva Air caso não seja autorizada, faz parte de uma estratégia de pressão. Procura privilegiar o monopólio numa altura em que o mercado regista um crescimento de 30% face a 2019”, continua o comunicado da companhia aérea. “Se essa integração for permitida, ameaçaria perder o que foi conquistado nos últimos 10 anos. Desde que entrou em operação o esquema de baixo custo, que passou de mobilizar 14 milhões de passageiros em 2011 para mais de 30 milhões projetados para 2022″.

A Ultra Air continua: “além disso, com a integração, daria rédea solta para ambas as companhias aéreas dividirem as rotas que cada uma opera atualmente, priorizando alguns destinos e encarecendo as tarifas em outros. Isso afeta diretamente as pequenas e médias empresas que concorrem com elas e, principalmente, o consumidor”. A Aerocivil já se pronunciou sobre isso anteriormente, indicando que analisará detalhadamente os “possíveis efeitos que a integração gerará para os consumidores, o mercado e o serviço de transporte aéreo comercial“.

A companhia aérea também se pronunciou sobre a primazia que a Avianca desfruta atualmente sobre outras companhias aéreas em alguns terminais do país. “Já sofremos com o domínio da Avianca no uso de infraestrutura, vagas de estacionamento e slots em terminais como o aeroporto de Bogotá. No novo cenário, esse uso dominante pode piorar”, fecha a equipe da Ultra Air.

A Aerocivil já anunciou que exercerá suas funções “com cuidado”. A agência indicou que vai analisar as apresentações das empresas participantes e apurar os efeitos da transação. Assim, procurará adotar uma determinação sobre ela à luz da regulamentação e dos princípios da livre concorrência econômica.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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