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Mudança de taxa no aeroporto Heathrow: ‘dois passos atrás para um à frente’, alerta IATA

Imagem: Heathrow Airport Limited

Na terça-feira, 28 de junho, a Autoridade de Aviação Civil (CAA) do Reino Unido publicou uma proposta de mudança na política de cobrança de taxas aeroportuárias aplicadas pela Heathrow Airport Limited, administradora do aeroporto Heathrow, de Londres, às companhias aéreas que operam neste que é um dos mais movimentados do mundo.

Segundo o comunicado, a proposta prevê que o teto da cobrança de taxas terá um planejamento de redução gradual ano-a-ano até 2026. O objetivo é manter uma ajuda imediata às receitas do aeroporto diante dos impactos da pandemia, com uma posterior garantia de redução das taxas aos clientes, bem como uma maior previsibilidade aos investidores do aeroporto.

Usando as previsões de inflação, a CAA estima que o preço máximo médio por passageiro que as companhias aéreas pagarão em Heathrow cairá de £30,19 hoje para £26,31 em 2026. Quando os efeitos da inflação são removidos, isso equivale a quase seis por cento de redução a cada ano a partir do nível de hoje até 2026.

“Esse perfil de preços reflete os aumentos esperados no número de passageiros, à medida que a recuperação da pandemia continua, e reflete também o nível mais alto do preço máximo de 2022, que foi implementado em 2021 para os desafios da pandemia na época”, descreve a autoridade inglesa.

Porém, no mesmo dia do anúncio, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) manifestou-se sobre uma leitura incorreta que está sendo feita pelas autoridades britânicas ao abordar a questão.

Segundo Willie Walsh, Diretor Geral da IATA, a decisão representa “dois passos para trás e, eventualmente, um passo para a frente”, já que a aviação precisa de estímulos imediatos para a recuperação da crise, e a própria retomada rápida da demanda de passageiros está fazendo com que os aeroportos voltem a ter boas receitas.

Walsh afirma que, embora seja bom que as taxas caiam ligeiramente a longo prazo, a realidade é que a competitividade do Reino Unido, passageiros e companhias aéreas precisam de ajuda agora. E, no momento, as cobranças estão impressionantes 56% acima em comparação com 2021.

“Isso é baseado em suposições falsas que já estão sendo comprovadas como erradas pela forte demanda pós-pandemia por viagens. Análises independentes mostraram que as cobranças podem ser reduzidas hoje, enquanto ainda protegem o investimento e uma taxa de retorno generosa para Heathrow”, alerta o Diretor.

Walsh finaliza alertando que a CAA deve “parar de recompensar esse monopólio cujo desejo insaciável de roubar seus clientes prejudicará a competitividade da “Grã-Bretanha Global”. A menos que a CAA aproveite a oportunidade para proteger os consumidores de hoje, todo o processo deve ser revisto”.

Com informações da CAA-UK e da IATA

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