Em meio a complexidades geopolíticas e sanções internacionais, as rotas aéreas entre a Europa e a Ásia passam por uma reconfiguração significativa. Com as companhias aéreas europeias impedidas de sobrevoar a Rússia e o espaço aéreo sobre regiões do Oriente Médio considerado muitas vezes perigoso, um novo corredor de voo emerge através da Geórgia, Armênia e Azerbaijão.
De acordo com dados da Eurocontrol, a organização responsável pelo controle de tráfego aéreo na Europa, essas mudanças têm levado a um aumento expressivo no número de sobrevoos por esses países.
De junho a setembro de 2024, comparado ao mesmo período em 2023, houve um aumento de 25% nos sobrevoos na Geórgia, 32% no Azerbaijão e um notável acréscimo de 42% na Armênia.
Este novo corredor aéreo, localizado entre o Mar Negro e o Mar Cáspio, oferece uma rota viável para as companhias europeias que buscam conectar-se à Ásia sem infringir as sanções contra a Rússia ou comprometer a segurança nas rotas tradicionais através do Oriente Médio.
Enquanto as viagens aéreas sobre Israel, Líbano, Irã e regiões adjacentes representam riscos potenciais, a opção de voar pelo Cáucaso se torna uma alternativa estratégica.
Além de representar uma adaptação das companhias aéreas aos desafios de um cenário global em rápida mudança, esta nova rota também eleva o perfil geopolítico dos países da região do Cáucaso.
À medida que as distâncias geopolíticas continuam a remodelar o mapa do tráfego aéreo global, a habilidade de se adaptar continuamente às condições e restrições em evolução se torna indispensável para a viabilidade econômica e operacional das companhias áreas.
À medida que essas tendências continuam, o papel do trio de nações do Cáucaso na conectividade transcontinental se solidifica, apresentando novas oportunidades e desafios tanto para as indústrias aéreas quanto para os países que agora fazem parte desta rota crítica entre a Europa e a Ásia.