Não era blefe: Ryanair cumpre ameaça e corta 19 rotas saindo de Lisboa

A Ryanair foi obrigada a cumprir suas ameaças de cortar 19 rotas partindo de Lisboa no verão, após atrasos na liberação de slots não utilizados da TAP Air Portugal. Os voos seriam realizados utilizando os horários que a empresa portuguesa teve que abrir mão em meio à sua reestruturação.

As esperanças da companhia irlandesa de conquistar esses slots a tempo da alta temporada foram anuladas depois que o governo português conseguiu um acordo com a Comissão Europeia para apenas tomar uma decisão final no segundo semestre.

Como o AEROIN repercutiu anteriormente, um concurso foi aberto em 25 de fevereiro. A Comissão Europeia só deve decidir sobre a companhia aérea vencedora em junho de 2022. O usufruto dos horários de pouso e decolagem seriam outorgados apenas depois disso.

“O nosso último esforço para pedir ajuda ao primeiro-ministro António Costa ficou sem resposta. Infelizmente, a Ryanair agora é forçada a reduzir sua frota de aeronaves de sete para quatro em Lisboa no verão de 2022, uma perda de 150 empregos bem pagos na aviação, mais de 900.000 passageiros a menos e mais de 250 milhões de euros em receitas perdidas de turismo para a cidade de Lisboa este verão”, anunciou o CEO do Grupo Ryanair, Michael O’Leary. 

“A perda destas 19 rotas de Lisboa e 5.000 voos este verão significa que a recuperação pós-Covid de Lisboa ficará agora aquém de outras grandes capitais da UE. Estes cancelamentos ​​surgem após várias tentativas da Ryanair de solicitar ao governo português a intervenção para liberar esses slots não utilizados”, finalizou.

Bruxelas, em dezembro do ano passado, determinou que a TAP disponibilizasse 18 slots, gratuitamente, em troca de receber 2,55 bilhões de euros em ajuda à reestruturação do governo português. Enquanto isso, a Ryanair disse que suas três aeronaves e 19 rotas retornariam a Lisboa em outubro de 2022, pois teriam slots suficientes para sua programação de inverno reduzida.

As 19 rotas afetadas ligariam Lisboa a: Agadir e Oujda (Marrocos); Alghero, Bari e Palermo (Itália); Alicante, Lanzarote, Madrid, Tenerife e Saragoça (Espanha); Billund (Dinamarca); Birminham e Bournemouth (Reino Unido); Baden-Baden e Memmingen (Alemanha); Malta; Perpignan e Poitiers (França); e Wroclaw (Polônia).

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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