‘Não faremos igual antes’, diz ministro português sobre venda da TAP

A nova privatização da companhia aérea de Portugal, a TAP, está no radar do governo local, mas será conduzida de uma maneira diferente, segundo informou o Ministro de Transportes português.

Avião Airbus A319 TAP Air Portugal
Imagem: Curimedia / CC BY 2.0 via Wikimedia

A empresa foi privatizada em governo anterior, que estava posicionado mais à direita. Naquela ocasião, disputaram a companhia os empresários com raízes no Brasil: David Neeleman e Germán Efromovich, respectivamente da Azul e da Avianca.

Neeleman acabou arrematando a companhia junto com um empresário português, mas a empresa não era completamente deles, já que o estado ainda era o maior acionista e uma fatia também pertencia aos empregados.

Apesar das modernizações de frota e mudanças na empresa feitas pela gestão do grupo de Neeleman, a empresa não havia chegado no patamar de rentabilidade esperado quando a pandemia do Coronavírus chegou e lhe abateu fortemente. Como resultado, os investidores privados saíram e a empresa foi reestatizada.

Com o pior da pandemia já passado, agora se discute uma nova privatização, que segundo Pedro Nuno Santos, Ministro da Infraestrutura, deverá ser uma venda para um grande grupo estrangeiro, preferencialmente europeu.

“Foi sempre claro para nós que, num mercado tão fortemente globalizado e competitivo, a TAP não conseguiria sobreviver, a médio prazo, sozinha. A integração da TAP num grupo criaria sinergias importantes e traria resiliência para enfrentar a volatilidade tão característica da aviação. Esta pode ser mesmo a única maneira de assegurar a viabilidade de uma empresa estratégica para o país”, afirmou o Ministro ao Jornal de Notícias.

Por outro lado, ele não quer que a venda seja feita como no governo anterior. “Uma garantia podemos dar: não repetiremos a venda feita pela direita, finalizada à porta fechada, dois dias depois de saberem que o seu Governo ia cair, num negócio que ainda hoje não foi suficientemente bem explicado ao país”.

As críticas também giram em torno das garantias dadas aos empresários, já que o governo português era garantidor, e num caso extremo teria que cobrir as dívidas empresa.

Ainda não existe um prazo para que a TAP seja novamente vendida, mas isto deverá ocorrer até o início do ano que vem. Dentre os potenciais compradores estão o Grupo Lufthansa, o Grupo Air France-KLM e também o IAG, este último composto pela British Airways e Iberia.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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