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‘Não repitam erros de outras regiões’, alerta Walsh a legisladores da aviação da América Latina e Caribe

Willie Walsh, durante entrevista hoje no evento da ALTA

Cancún, México – Nesta segunda-feira, 23 de outubro, segue em curso a agenda de painéis e conferências da Assembleia Geral Anual (AGM) da Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA) e do Fórum de Líderes de Linhas Aéreas da América Latina e Caribe (LAC).

Entre as atividades, o Diretor Geral da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo), Willie Walsh, participou de uma entrevista, moderada por Pilar Wolfsteller, editora da Flight Global, sobre o papel da aviação latino-americana e caribenha na Aviação Global.

Diversos assuntos foram abordados na ocasião, como os desafios advindos de problemas regulatórios e taxação à aviação, interferências governamentais no mercado e lucratividade e crescimento das empresas do setor.

O executivo da associação global destacou que a aviação é ainda mais relevante na LAC do que na Europa, por exemplo, pois aqui não há uma infraestrutura ferroviária tão ampla e desenvolvida como lá.

E diante disso, Walsh alertou para que os erros cometidos por países de outras regiões não sejam repetidos por aqui.

Um aspecto explicado por ele foi o efeito contrário que gera a criação de taxas no setor. Como exemplo, Walsh citou a Holanda. Anos atrás, o país criou um taxa ambiental aplicada à aviação. Porém, o consequente aumento de preço do bilhete aéreo levou os passageiros a optarem por utilizar a aviação nos países vizinhos.

Assim, enquanto a arrecadação aumentou algumas centenas de milhares de euros, as perdas da aviação geraram impactos diretos e indiretos estimados na casa de bilhão de euros.

Outro exemplo dado pelo Diretor Geral da IATA foi a restrição de voos de curto alcance em rotas que podem ser feitas de trem, com objetivo de redução das emissões de carbono, como já vem sendo feito pela França. Walsh explicou que rotas menores que 1.500 km geram apenas 20% das emissões, pois os voos mais longos é que são responsáveis pela maior parte.

Por outro lado, uma modernização do controle de tráfego aéreo da Europa, com rotas mais diretas e eficientes, que teria efeitos muito maiores na redução de emissões, continua não tendo a mesma atenção dos políticos e reguladores quanto tem o corte de voos, ressaltou Walsh.

Portanto, a principal mensagem de Walsh, destinada diretamente aos políticos e reguladores da aviação da América Latina e do Caribe, é para não restrinjam voos, não criem taxas e não tomem outras medidas tomando como base somente no apelo político do resultado imediato, sem levar em conta as demais consequências econômicas para o setor aéreo e todos os demais setores que são direta ou indiretamente impactados pela aviação.

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