Após a TV Globo veicular, na quarta-feira (14), matéria em que cita fontes no Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) como tendo revelado trechos do conteúdo do gravador de voz da cabine (CVR) do voo da Voepass, a Força Aérea Brasileira (FAB) foi a público refutar.
Por meio de nota pública, a FAB assegurou que nenhum veículo de imprensa teve acesso aos áudios, transcrições, tampouco aos dados dos gravadores de voo, popularmente conhecidos como caixas-pretas (Cockpit Voice Recorder e Flight Data Recorder) da aeronave de matrícula PS-VPB, envolvida no acidente aeronáutico em Vinhedo (SP), na última sexta-feira (09/08).
“O CENIPA destaca, ainda, que segue estritamente os protocolos específicos estabelecidos pela Lei nº 7.565/1986 (Código Brasileiro de Aeronáutica – CBA), pelo Decreto nº 9.540/2018 e pelo Anexo 13 à Convenção sobre Aviação Civil Internacional, de 1944. Por fim, a FAB reitera seu compromisso com a transparência e a seriedade na condução das investigações, bem como pelo respeito à dor dos familiares das vítimas envolvidas no acidente“, disseram os militares.
Esta não seria a primeira vez que a TV Globo, ou outros veículos de imprensa, especulam sobre as palavras dos pilotos, mas isso acontece de forma recorrente a cada novo caso. Um caso emblemático ocorreu em 1996, quando o Globo Repórter citou que as últimas palavras do piloto do voo TAM-402, que caiu no bairro do Jabaquara, em São Paulo, após a decolagem de Congonhas, teriam sido “estou livrando a escola”.
Na época, tal informação causou comoção e colocou o piloto no posto de herói. No entanto, com o passar do tempo e avanço das investigações, isso provou-se uma mentira, sendo que tais falas não constavam da caixa-preta.