Nigéria considera dar uma força para o jato chinês C919; mas nem tudo é fácil como parece

Avião COMAC C919
Imagem: Ken Chen / CC BY-SA via Wikimedia

O avião chinês COMAC C919 teve seu certificado de tipo confirmado há poucos dias pelas autoridades chinesas e parece que ganhou novos interessados ​​em, pelo menos, avaliá-lo. A vontade foi sinalizada pela Nigeria Air, companhia aérea que recentemente foi viabilizada pelo governo nigeriano e obteve o aval financeiro e operacional da Ethiopian Airlines, não descarta o modelo em seu planos de expansão da frota.

“Nós não examinamos o C919. Mas se é tão bom quanto o resto, por que não?”, disse Hadi Sirika à Reuters à margem da Assembleia Anual da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) de acordo com o que foi relatado pelo Aviacionline.

“China e Nigéria têm uma relação muito calorosa e amigável que é mutuamente benéfica”, acrescentou o ministro. A influência chinesa na Nigéria – e em vários países africanos – foi construída ao longo de décadas, cimentada por bilhões de dólares de assistência financeira.

Existem muitos obstáculos para o C919 atender a um eventual pedido da Nigeria Air: com 815 pedidos em carteira – quase todos de empresas chinesas – será difícil atender a um pedido da África em um futuro próximo, a menos que uma questão política ou comercial prevaleça sobre a ordem das entregas já estabelecida.

Além disso, a taxa de produção que a COMAC espera, cerca de 150 aeronaves por ano até 2025 exige uma curva de aprendizado que não a torna realista em três anos. Scott Hamilton, da Leeham News and Analysis, antecipou que poderia atingir esse número de aviões apenas em 2031.

Outra questão a resolver é a certificação: a NCAA (Autoridade de Aviação Civil da Nigéria) deve avaliar o C919 e suas peças para conceder o certificado de tipo que permite operar sob sua jurisdição.

Descontando a assistência da China, estado de projeto e fabricação, haverá peças e sistemas ocidentais que terão que ser validados por seus fabricantes, que não estarão muito interessados ​​em ajudar a autoridade chinesa na abertura de mercados para aeronaves que competem com Boeing e Airbus.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

Veja outras histórias

Aérea questiona passageiros se eles estão dispostos a levar seus próprios...

0
Tal como muitas companhias aéreas, a empresa de Hong Kong, Cathay Pacific, está numa missão para tentar tornar o seu negócio mais sustentável