A jornalista esportiva britânica Leyla Hamed enfrentou uma situação constrangedora no aeroporto de Abu Dhabi ao tentar embarcar em um voo da Etihad. Durante uma escala, ela foi abordada pela segurança devido à sua camiseta com a palavra “Palestina”, que, segundo os agentes, deveria ser coberta ou trocada antes de continuar sua viagem.
Hamed, conhecida por seu ativismo e apoio à causa palestina, relatou sua indignação nas redes sociais, afirmando que frequentemente usa camisetas desse tema como forma de protesto contra Israel.
Apesar da solicitação da segurança, Leyla decidiu não atender ao pedido, mas foi novamente informada na porta de embarque que não poderia voar a menos que mudasse de roupa. Ela explicou que a proibição se baseava no fato de que a presença da camiseta poderia incomodar outros passageiros no aeroporto.
She said the reason was because the logo was written in Arabic (it literally says Palestine) and it was not allowed at the airport.
— Leyla Hamed (@leylahamed) September 26, 2024
Then she said it could make other airport passengers feel “uncomfortable”.
I have no words. pic.twitter.com/kM6sBX87Y9
“Não tenho palavras”, escreveu Hamed, compartilhando sua frustração no Twitter. Ela também mencionou dificuldades adicionais ao embarcar, como o fato de seu cartão de embarque não funcionar, levando a uma verificação aleatória por um supervisor, que ameaçou impedir seu embarque se ela não removesse a camiseta com a inscrição de apoio à Palestina.
Os Emirados Árabes Unidos, onde o incidente ocorreu, são conhecidos por não permitirem críticas públicas ao governo ou manifestações de descontentamento, incluindo protestos políticos.
O ambiente restritivo chegou ao extremo quando, durante uma cerimônia de formatura, um estudante da NYU Abu Dhabi usou um keffiyeh palestino e gritou “Free Palestine!”, sendo deportado em decorrência desse ato.
É importante ressaltar que, sob os Acordos de Abraão de 2020, os EAU normalizaram as relações com Israel, alinhando-se com outras nações como Egito e Jordânia, o que resultou em uma série de gestão delicada de identidade e política na região.
A situação de Leyla Hamed destaca as complexidades envolvidas na liberdade de expressão, especialmente na esfera da aviação, onde as companhias aéreas também têm suas próprias regras sobre vestimenta e mensagens que os passageiros podem comunicar através de suas roupas.