‘No Brasil tem muito voo de galinha, olhem como a Azul mudou o país’, afirma CEO

Em entrevista sobre os resultados do último trimestre da empresa, o CEO da Azul falou sobre como pode ser benéfica a compra da LATAM e pediu para que deputados olhem como a empresa mudou o país.

A transmissão sobre os resultados do segundo trimestre da empresa foi promovida pelo canal InfoMoney, e dedicou alguns momentos para falar sobre o interesse da Azul na compra da LATAM Brasil.

“Não é rumor. Eu tenho sido muito vocal neste sentido (para compra da LATAM). Eu tenho muito interesse. É interesse de todo mundo, nossos clientes, pilotos, comissários, aeroportos. Ter uma empresa aérea forte aqui no Brasil está no interesse de todo mundo. Eu acho que isso deve acontecer. Aqui no Brasil tem muito voo de galinha. Se você trabalhou em uma empresa como Avianca Brasil, que começou e depois parou, imagina um piloto que ficou 10, 15 anos na empresa e, de repente, ela vai para recuperação judicial. Imagina o estresse daquela família”, disse John Rodgerson, CEO da Azul.

O chamado “voo de galinha” são as operações curtas de empresas aéreas. Para exemplificar, apenas nos últimos anos o Brasil viu a ascensão e queda da Flyways, Flex, WhiteJets, sendo a Avianca Brasil (Oceanair) uma das que mais perdurou no país. Em todos estes casos, a má administração é citada como fator relevante para o fim das empresas.

Dos tripulantes da Avianca Brasil, apenas uma pequena parte recebeu o valor devido de salários atrasados e multas rescisórias.

Outros casos são de empresas que foram vendidas, como a Pantanal para a TAM (LATAM), a Webjet para a GOL, e o caso mais clássico a Varig para a Volo (MatlinPatterson), que depois revendeu para a GOL.

“O Brasil precisa de empresas grandes, fortes, que paguem impostos, que comprem aeronaves, que abram novos destinos, acho que isso é muito bom para o mercado. O Brasil é um mercado aberto, qualquer um pode entrar. Por que você não pode ter empresas fazendo fusões aqui? Eu acho que isso é saudável para o Brasil e para o setor, queremos comprar a Latam. O que eu diria aos deputados é: olhem como a Azul mudou o país”, afirma John, sobre os possíveis questionamentos de congressistas sobre a concentração de mercado num caso de união das empresas.

Por fim, John cita os casos do Canadá, Colômbia e Chile, que junto com os EUA e Brasil são os países com aviação mais desenvolvida nas Américas. Segundo ele, a Air Canada, Avianca e LAN (LATAM Chile) possuem mais de 70% do mercado, mas são empresas fortes e a aviação local é desenvolvida.

É a segunda vez em uma semana que o CEO da Azul fala abertamente sobre a intenção de compra da LATAM, que está em período de exclusividade que encerra em 30 dias, até lá a empresa com sede no Chile não pode receber propostas oficiais de aquisição:

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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