No tradicional Reino Unido, Virgin faz mudança radical e tira regras de gênero de uniformes

Num anúncio de grande repercussão, a Virgin Atlantic disse na quarta-feira (28) que permitirá que seus funcionários escolham qual de seus uniformes projetados por Vivienne Westwood melhor os representa, independentemente de seu gênero, identidade de gênero ou expressão de gênero. A mudança radical é a primeira do tipo no conservador Reino Unido.

Em vez de ter uniformes masculinos e femininos, a Virgin Atlantic disse que os uniformes não terão gênero e serão simplesmente conhecidos como uniformes borgonha e vermelho. Embora a empresa agora esteja dando aos funcionários a liberdade de escolher o uniforme que melhor os representa, um porta-voz nos disse que, para facilitar a identificação, os membros da tripulação não poderão misturar e combinar itens de uniforme de ambos os kits.

A companhia aérea também confirmou que saltos altos não podem ser usados ​​com o uniforme bordô, mas pelos faciais podem ser usados ​​por funcionários que escolherem o uniforme vermelho. O anúncio foi feito na quarta-feira com a ajuda da cantora e estrela de Rupaul’s Drag Race, Michelle Visage.

A política de uniformes da Virgin Atlantic veio sendo comentada nos últimos anos, com as tripulantes de cabine tradicionalmente sendo obrigadas a usar maquiagem completa no rosto, saia e salto alto. A companhia aérea abandonou essas regras em 2019 e, nos últimos meses, permitiu que funcionários do sexo masculino usassem maquiagem e abandonou a proibição de tatuagens visíveis.

“Como mãe de uma criança não-binária e aliada da comunidade LGBTQ+, esses esforços da Virgin Atlantic para aumentar a inclusão de seu povo são extremamente importantes e pessoais para mim”, comentou Visage.

Uma série de outras atualizações na política de Virgin Atlantic também foi anunciada, incluindo uma atualização no sistema de emissão de passagens da companhia aérea que registrará com precisão identificadores neutros de gênero, como ‘U’ ou ‘X’ para esses titulares de passaporte.

Os passageiros também poderão escolher o título de gênero neutro ‘Mx’ ao reservar um voo, e a Virgin Atlantic disponibilizará pins de pronome para funcionários e passageiros. Além disso, os funcionários serão obrigados a concluir o treinamento obrigatório de inclusão e a Virgin Holidays planeja lançar uma série de iniciativas de aprendizado de inclusão para parceiros de turismo e hotéis em destinos como o Caribe.

Na Virgin Atlantic, acreditamos que todos podem enfrentar o mundo, não importa quem sejam”, comentou Juha Jarvinen, diretor comercial da Virgin Atlantic. “É por isso que é tão importante que capacitemos nosso pessoal a abraçar sua individualidade e ser seu verdadeiro eu no trabalho”.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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