No ‘Voa Brasil’, ALTA destaca: custo elevado do querosene de aviação pode travar o setor no país

Um ponto de atenção foi levantado nesta quarta-feira, dia 1º de março, pelo CEO da Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (ALTA), Ricardo Botelho, durante o webinar ‘Voa Brasil’ realizado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC): “É preciso rever a precificação do combustível de aviação, que é um dos mais caros do mundo. Esse é um entrave para o desenvolvimento de um setor que poderia crescer e se conectar muito mais, não apenas internamente, mas com outras regiões”.

Os preços cada vez mais elevados corroboram com a preocupação do setor. O custo do querosene de aviação foi 183% maior em janeiro de 2023 se comparado com janeiro de 2021. “Hoje o combustível equivale a 50% da estrutura de custos de uma companhia aérea”, afirmou o CEO da ALTA.

Apesar disso, de acordo com Botelho, o Brasil tem potencial para atrair investimentos em todas as áreas conectadas à aviação – turismo, infraestrutura, negócios. E muito já foi feito por meio de uma agenda propositiva adotada pela ANAC e Secretaria de Aviação Civil (SAC).

“A consequência dessas medidas é que o país saiu de 33 milhões de viajantes em 2015 para quase 100 milhões em 2022. O crescimento do número de passageiros ao longo dos anos reflete a competitividade do Brasil, já que mais viajantes significa mais investimentos e infraestrutura”, explicou.

O CEO destacou que a ALTA lançou o Índice de Competitividade dos Países da América Latina e Caribe 2022, onde foram analisados os principais aspectos que determinam a competitividade para o transporte aéreo, comprovando que os países que removem regulamentações e custos desnecessários ajudam a impulsionar o transporte aéreo.

“O Brasil está em uma excelente posição no que diz respeito a atratividade e competitividade, com uma das taxas aeroportuárias mais baixas do mundo. Isso é mérito da ANAC, que por ser independente por lei trabalha como agência de estado. Essa autonomia é um fator relevante para dar segurança jurídica para todos que querem investir no país”, disse Botelho.

Segundo a ALTA, a Smart Regulation aplicada pela ANAC, apesar de precisar de alguns ajustes finos, é bem-vista pelo setor. “Chegou o momento de um esforço nacional para fazer pequenos ajustes que irão diminuir os custos, trazer soluções de mercado e permitir que mais pessoas viajem, gerando emprego, renda, cultura e beneficiando o turismo e os negócios”, finalizou Botelho.

O evento, que debateu as novas regras para exploração do serviço de transporte aéreo internacional por empresas aéreas estrangeiras, contou também com a participação de dirigentes da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) e da Junta de Representantes das Companhias Aéreas Internacionais do Brasil (JURCAIB), além de ter como moderador o Superintendente de Serviços Aéreos da ANAC, Rafael José Botelho Faria.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

Veja outras histórias

Com rotas de drones que já superaram 5 mil km de...

0
Desde fevereiro de 2023, com o início das operações comerciais da empresa brasileira Speedbird Aero na capital baiana, Salvador já soma mais