Numa crescente onda de incidentes, a Noruega acusa a Rússia de provocar amplas interrupções nos sistemas de navegação aérea do norte europeu. Segundo publicado na comunicação social norueguesa, The Barents Observer, o registro dessas interrupções tem aumentado desde os últimos anos, com base em depoimentos de pilotos e autoridades aeronáuticas.
Pilotos de companhias aéreas como SAS, Norwegian e Widerøe relaram frequência de anomalias em seus sistemas de navegação ao sobrevoar o norte da Europa, especificamente próximo ao Mar de Barents. As autoridades da província de Finnmark, que fica na fronteira com a Rússia, registraram somente este ano, 44 interrupções do GPS.
Tais interferências geram dificuldades para os pilotos definirem seus percursos, tornando a situação perigosa. Esta situação também está afetando embarcações que dependem do sistema GPS, que têm sido prejudicadas por atos de interferência na Escandinávia.
A Noruega traçou um paralelo entre o aumento de interrupções do GPS e o conflito na Ucrânia, que teve início há dois anos. O dedo acusatório de Oslo aponta para Moscou. Em 2021, a região teve um total de 18 dias com interrupções do GPS. Este número cresceu para 122 dias em 2022 e disparou para 294 dias no ano passado.
A frota naval do norte da Rússia, localizada na região de Oblast de Murmansk, é equipada com unidades de guerra eletrônica conhecidas por seu controle de hackers e interferentes.
A Noruega, juntamente com a Holanda, foi uma das fundadoras da OTAN em 1949. Seus vizinhos, Suécia e Finlândia, mantiveram a neutralidade até a invasão russa na Ucrânia em 2022, que levou ambos os países a reverem sua posição e buscarem aliança com a organização militar.
Desde 4 de abril de 2023, a Finlândia é membro da OTAN. Recentemente, a Hungria aprovou a entrada da Suécia na organização. Com o ciclo de alianças completado na região norte da Europa, há suspeitas de um aumento na atividade russa voltada para a interrupção de comunicações aéreas e marítimas.