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Uma proposta de criar uma companhia aérea brasileira fundada por trabalhadores e com recursos obtidos por crowdfunding nasceu na internet brasileira na semana passada sob o sugestivo nome de Nossa Linhas Aéreas.
O assunto veio à tona no LinkedIN e ganhou uma série de apoiadores, o que encorajou os organizadores a criarem um perfil para a empresa na rede social e a reservarem até o domínio www.voenossa.com.br. Mesmo assim, é importante frisar que a proposta ainda está no campo das ideias.
A idealizadora do projeto é Eliane Silva, executiva e consultora aeronáutica com larga experiência na aviação, com passagens pela FLY Linhas Aéreas, Webjet, POP Linhas Aéreas (que não chegou a operar), WhiteJets e Flyways, onde atuou como Diretora Comercial. Ela disse assim num post em seu perfil pessoal:
“Todos sabemos que o país necessita de ligações [aéreas] por ter um território continental, e já tivemos experiências que demonstram a ineficiência das gestões e diretorias [de empresas anteriores]. Vamos criar a Nossa Empresa, a de todos os aeronautas e aeroviários. Criar empregos e uma companhia sustentável. Garantir nossas frentes de trabalho, juntos somos mais fortes e podemos alcançar nossos objetivos. Os anos de dedicação não podem simplesmente ser descartados por uma crise”.
Segundo ela, uma das maneiras de financiamento da empresa poderia acontecer com a ajuda dos próprios trabalhadores, além de um possível processo de captação por crowdfunding, que é o financiamento coletivo pela internet.
Uma companhia amparada por recursos de funding coletivo não seria uma novidade, já que está para ser lançada, na Suíça, a flyBAIR, a primeira companhia aérea totalmente suportada por recursos de crowdfunding no mundo, sobre a qual falamos numa matéria anterior.
No case suíço, a ideia nasceu dos moradores de Berna, capital do país, depois que esses se viram sem ligações aéreas com destinos na Europa e, então, decidiram criar uma empresa aérea por conta própria. Agora, já está tudo pronto e a empresa só não foi lançada ainda por conta da pandemia, mas a nova previsão a prevê nos céus no terceiro trimestre, voando com aeronaves Embraer arrendadas.
Em resumo
Como a Nossa Linhas Aéreas ainda é apenas um conceito, ela ainda não tem CNPJ e nem está constituída, tampouco possui detalhes operacionais. Tentamos contato com a equipe envolvida, mas eles ainda não querem dar entrevistas sobre o assunto devido ao estágio muito inicial do projeto.
No entanto, num post mais recente, a executiva à frente do projeto postou um ATR-72 todo branco, pedindo para as pessoas colaborarem com ideias de pintura (a nossa singela colaboração está aí acima), em conformidade com as cores e o logo oficiais da companhia. Isso sugere que os planos podem incorporar o uso de aeronaves ATR, para as quais existem muitos profissionais preparados e treinados.
Não sabemos o rumo que a ideia irá tomar, mas é desse tipo de empreendedorismo que o Brasil precisa. Sabemos o quão complexo é sair do campo da iniciativa para a “acabativa”, sobretudo por questões regulatórias e os altos custos, mas quem sabe um empresário do setor ou um fundo não apoia uma ideia como essa. O fato é que, com tantos profissionais de alta qualidade buscando uma nova oportunidade após a crise no setor, dá para montar um timaço, capaz de fazer qualquer empresa aérea voar longe.
E você, o que achou da ideia?
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