Novo turboélice da Embraer seria a base do novo 737, diz funcionário da Boeing

Um engenheiro da Boeing afirmou que o novo turboélice da Embraer seria o primeiro projeto da Boeing Brasil – Commercial, empresa que nasceria da compra da fabricante brasileira pela americana. Essa máquina daria base tecnológica para um futuro 737.

Divulgação – Embraer

Em condição de anonimato, um engenheiro da Boeing afirmou que o novo turboélice da Embraer, ainda sem nome, serviria de base tecnológica para um novo jato de 100 até 150 assentos (com variantes até maiores) substituindo o Boeing 737, que já está em sua ultima geração.

“Os motores na cauda com propulsores para fora (hélices) e a habilidade para ter no futuro hidrogênio como combustível, são os tipos de avanços que a Boeing poderia utilizar para restaurar a liderança neste segmento da aviação comercial”, afirmou o portal de investimentos Leeham News & Analysis, conhecido por suas fontes na indústria.

A Boeing, hoje em dia, está atrás da Airbus no mercado chamado de single-aisle, que compreende os jatos de um corredor com 140 a 240 assentos. O 737 já tinha sido ultrapassado pelo A320 antes dos acidentes do MAX e depois a situação piorou para a fabricante americana, que viu uma enxurrada de cancelamentos de pedidos, antes e durante a pandemia.

Segundo Scott Hamilton, do Leeham, o engenheiro da Boeing que não foi identificado apontou que dentro da proposta da Boeing Brasil–Commercial, a parte do pessoal que era da Embraer seria responsável pelo desenvolvimento de um avião para substituir o 737 MAX 7 e MAX 8. Porém, como o negócio foi por água abaixo, agora a empresa dos EUA terá que buscar outra fonte criativa e técnica para criar um substituto ou fazer dentro de casa.

O grande ponto, no entanto, é que os jatos da Embraer possuem tradicionalmente a configuração 2-2 assentos, sendo que para um avião de 150 assentos a configuração usada seria 3-3 ou 2-3, para não aumentar muito o comprimento do avião.

O E195-E2 é um exemplo disso, é um jato regional bem estendido, com comprimento maior que o A320neo e o 737 MAX, exatamente porque tem a fuselagem menos larga, levando 4 passageiros por fileira, ao invés de 6. Essa história ainda terá emocionantes capítulos.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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