Uma possível competição direta entre dois novos aviões da Embraer, um turboélice e um jato não deve acontecer, afirma um executivo da fabricante brasileira.
O novo turboélice da fabricante brasileira não tem nome definido ainda, mas foi apelidado de NGTP (Turboélice de Nova Geração, em inglês). Ele será desenvolvido para competir com os turboélices ATR-72 e Q400, de origem francesa e canadense, respectivamente. Estes aviões estão no mercado de 70 e 90 assentos há anos, atendendo às necessidade de empresas aéreas regionais.
Nessa mesma faixa de capacidade está o avião mais vendido da Embraer, o E175-E1 de primeira geração. O sucessor do E175-E1 é o E175-E2, que não está ainda certificado, não pode operar nas regionais americanas (maiores clientes do E1) por limitações de tamanho e teve sua entrada em operação empurrada para 2024.
Todo esse atraso poderia resultar numa chegada ao mercado próxima a do novo turboélice, que decolará pela primeira vez em 2027, segundo a previsão da empresa. Algumas pessoas questionaram se isso não poderia atrapalhar os planos para o E-175-E2 e, quem sabe, ele ser canibalizado pelo novo avião.
Para César Pereira, Vice-Presidente de Vendas e Marketing da Embraer, existe espaço para ambas as novas aeronaves, segundo revelou em entrevista ao portal Simple Flying.
“Existe um mercado para ambos. Existe uma sobreposição em termos de capacidade, porém a aplicabilidade é diferente. É da mesma maneira que não vemos o E175-E2 tomar o mercado do ATR por exemplo, não vemos uma competição mais direta com o novo turboélice”, afirmou o executivo.
Apesar de levarem quase o mesmo número de passageiros, e muita das vezes estarem na mesma companhia aérea, os turboélices e os jatos regionais são focados em rotas diferentes, e seus custos, vantagens e desvantagens fazem com que não fiquem competindo entre si como se poderia imaginar.
