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“O Governo alemão parece ter uma obsessão doentia com impostos sobre a aviação”, diz chefe da IATA

A IATA criticou fortemente o governo alemão por um aumento de impostos sobre a aviação, que entrou em vigor em 1º de maio. O aumento do imposto, em torno de 19%, está sendo cobrado de passageiros que partem dos aeroportos alemães. Dependendo da rota, isso elevará a taxa para algo entre €15,53 e €70,83 por passageiro por voo. Anteriormente, o imposto por passageiro era de €12,73 a €58,06 por pessoa por voo.

Este acréscimo irá “enfraquecer a economia alemã e prejudicar a capacidade da aviação de se descarbonizar”, segundo a associação internacional de companhias aéreas. “Quando o desempenho econômico da Alemanha está, no melhor dos casos, anêmico, comprometer a sua competitividade com mais impostos sobre a aviação é uma loucura das políticas,” disse o diretor-geral da IATA, Willie Walsh. “O governo alemão parece ter uma obsessão doentia com impostos sobre a aviação.”

A sobretaxa não só dificultará a recuperação do país após a Covid-19, que a IATA afirma ser uma das mais lentas na União Europeia, mas também retardará a mudança da indústria para a descarbonização.

O governo anunciou o aumento em janeiro e está contando com a arrecadação adicional de €400 milhões este ano para cobrir um rombo em seu orçamento. Nos próximos anos, espera-se uma arrecadação anual de até €580 milhões.

De acordo com o FlightGlobal, além deste imposto sobre passageiros, o governo alemão parece ser a favor de um imposto europeu sobre combustível de aviação, que fará com que seja ainda mais caro fazer negócios na Alemanha ou viajar em família, acrescenta a IATA.

O CEO do Grupo Lufthansa, Carsten Spohr, disse no início desta semana que a sobretaxa adicional custará à empresa €20 milhões para os bilhetes que a companhia aérea já vendeu, pois não cobrará retroativamente aos consumidores. No entanto, o impacto para a aviação no país é “muito maior” e terá efeitos em cascata para cidades secundárias e não-hubs, como Friedrichshafen, que correm o risco de perder o serviço aéreo.

Vejo que a aviação alemã está ficando para trás no crescimento. Estamos abaixo de 90% em relação a 2019″, disse ele na conferência de lucros do primeiro trimestre em 30 de abril. “Uma empresa como a Lufthansa pode compensar voando mais internacionalmente, mas para algumas partes da Alemanha, isso significa conectividade reduzida.” Cobranças adicionais virão no próximo ano, acrescentou.

A IATA argumenta que o governo alemão deveria dar prioridade à posição competitiva do país e incentivar o comércio e as viagens. “Em vez disso, eles optaram por uma busca rápida de dinheiro que só pode prejudicar o crescimento econômico a longo prazo”, afirma Walsh.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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