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O MAX não se rende: Delta pode fechar pedido de 130 Boeing 737-10

Imagem: Boeing

O Farnborough International Airshow está se aproximando e, com ele, os grandes negócios que tentarão roubar os holofotes do evento mais importante do ano. Pouco mais de 15 dias antes de sua abertura e no mesmo dia em que quatro companhias aéreas chinesas anunciaram um pedido à Airbus para quase 300 aeronaves da família A320neo, foi anunciado que a Delta fecharia um contrato para até 130 Boeing 737-10, a maior versão da família 737 MAX.

De acordo com o que foi noticiado pelo The Air Current, a Delta decidiria voltar a operar aeronaves Boeing com base na decisão estratégica de seu CEO, Ed Bastian, que veria “riscos políticos e industriais” em não ter equipamentos ou relação comercial com a fabricante americano. Em março, a Reuters havia antecipado que Bastian estava considerando fazer tal pedido.

A Delta aposentou sua frota de 777 durante a pandemia, tornando-se uma operadora exclusiva da Airbus, enquanto tinha uma frota exclusiva da Boeing na virada do século. A companhia aérea foi o centro de uma polêmica quando fechou um pedido com a Airbus de 95 A220. Tal foi a polêmica que a Airbus teve que abrir uma linha de produção do A220 em Mobile, Alabama, para silenciar vozes que alegavam que uma companhia aérea americana deveria criar empregos americanos.

O suporte que o 737-10 precisava

A versão de maior capacidade da família 737 MAX está imersa em um furacão de complicações: deve concluir sua certificação antes do final do ano para evitar modificações estruturais em seu cockpit e sistemas, e a FAA já deixou claro que não será benevolente ou gentil com o fabricante.

Não são poucas as vozes que asseguram que não é fácil para o MAX 10 obter a certificação, o que o coloca em sério risco no futuro próximo. A Boeing dificilmente abandonará o MAX 10 porque é basicamente a única chance que tem de competir com o A321.

Embora o segmento já seja dominado pelo produto da Airbus, a Boeing não pode simplesmente desistir dele porque, segundo indicou seu CEO, não tem planos em um futuro próximo para projetar uma nova aeronave que possa atrair o mercado.

Uma encomenda dessa magnitude para o 737-10 permitirá à Boeing garantir a continuidade do processo de certificação de variantes e dar vida ao último tipo do venerável 737.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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