‘O projeto do nosso novo turboélice está indo muito bem’, diz executivo da Embraer

Um dos conceitos apresentados pela Embraer

A Embraer divulgou seus resultados do primeiro trimestre na quinta-feira (28), quando ainda mostrou prejuízo, embora tenha passado uma mensagem de otimismo em relação a 2022. No entanto, é para um horizonte temporal mais distante que muitos estão olhando, especialmente para o projeto do seu novo turboélice, anunciado há cerca de dois anos.

Sobre esse tema, o CEO da empresa, Francisco Gomes Neto, também ofereceu uma atualização, dizendo que o cronograma vem sendo seguido.

Bem, obrigado

“O projeto turboélice está indo muito bem. Estamos agora na fase de definir fornecedores para esta aeronave. Já estamos fazendo testes com os conceitos, então está indo muito bem. Além disso, esperamos estar prontos para tomar uma decisão final sobre o plano de negócios até o final do ano, ou início de 2023“, disse Gomes Neto durante a conferência.

Anteriormente, em uma entrevista ao site FlightGlobal, o executivo disse que esperava que a aprovação do plano de negócios acontecesse ainda neste ano, assim como o lançamento da nova aeronave como projeto oficial. Pela informação dada ontem, nota-se que o plano agora foi empurrado alguns meses para frente.

Outro desafio que a equipe executiva da Embraer precisará responder antes que seu Conselho aprove o novo avião, é a forma de financiamento para seu desenvolvimento. Embora seja difícil de falar com certeza qual é o montante envolvido, o custo de projeto para implementação de uma nova aeronave comercial fica sempre na casa dos bilhões de dólares.

O projeto

Ainda não há informações definitivas sobre o projeto, as quais vêm sendo dadas aos poucos durante entrevistas com executivos da empresa. O conceito final do avião também ainda não foi apresentado. O que se sabe, no momento, é que o novo avião turboélice terá duas versões, com capacidades para levar entre 70 e 90 passageiros, utilizando a fuselagem da família E2 mas com asas novas, para que possa acomodar os motores.

A fabricante afirmou, em certa ocasião, que o projeto prevê uma APU (Unidade de Força Auxiliar), coisa que o ATR (maior concorrente no segmento) não possui e que, portanto, precisa utilizar o seu próprio motor “desengrenado” da hélice para dar partida. O APU é algo presente em maioria dos jatos e funciona como “motor de partida”.

Além disso, espera-se que o novo turboélice brasileiro tenha um alcance de 1.480 quilômetros, que embora inferior ao ATR 72-600, permite que o avião da Embraer voe mais rápido e tenha uma cabine mais silenciosa, sobretudo por causa dos motores acoplados à cauda.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

Veja outras histórias