Um aeroporto pouco movimentado pode ganhar uma movimentação de aeronaves de “gente grande”, caso o plano do Marrocos, de instalar uma grande área de armazenagem de aviões, vá adiante. O novo projeto para o aeroporto de Oujda Angad, região oriental do país, foi apresentado pelo Escritório Nacional de Aeroportos de Marrocos, que convocou uma licitação internacional para construir e operar um centro de armazenamento, desmontagem e reciclagem de aviões aposentados – popularmente chamado de “cemitério de aviões”.
A abertura das propostas a serem apresentadas conforme o edital do projeto está prevista para 8 de junho de 2021. Após o estudo das propostas, o governo anunciará o vencedor do contrato com duração de 10 anos e renovável por mais períodos.
Segundo o North Africa Post, “após a eclosão do coronavírus, as companhias aéreas suspenderam suas frotas e lutaram para encontrar um espaço para os aviões, pois as instalações de armazenamento estavam lotadas”. Na verdade, espaços na Europa e Estados Unidos até tinham alguma disponibilidade, mas o custo de armazenagem está bastante elevado. Ainda assim, é mais barato estacionar uma aeronave em um depósito do que em um aeroporto comum, e é nesse nicho que os marroquinos querem se colocar.
Nas futuras instalações, os aviões podem ser estacionados ou armazenados por longos períodos e, em seguida, devolvidos ao serviço ou desmontados para a venda de suas peças. O Marrocos quer uma fatia deste negócio lucrativo, acreditando que os próximos anos verão um grande número de aposentadorias de aeronaves na medida em que aviões mais sustentáveis chegam ao mercado.
Outro fator que conta a favor do Marrocos nesse projeto é o clima seco, que contribui para manter os componentes das aeronaves preservados com o passar do tempo, a exemplo do que acontece em outros centros de armazenamento globais.
