O que aconteceu com os Boeings 767-300 da brasileira OceanAir?

Há alguns dias recordávamos das operações dos Boeing 767-300ER da OceanAir em Portugal, em fretamentos especiais organizados por agências de viagens brasileiras. Extrapolando um pouco no tema, agora comentamos quantas e quais foram essas aeronaves a operar nas cores da precursora da Avianca Brasil; e que fim levaram.

No total, foram três aeronaves a voarem sob código da OceanAir: o PR-ONA, PR-ONB e PR-BRW. Seu histórico na empresa foi curto, de menos de dois anos de operações, entre meados de 2007 e o final de 2008, quando a empresa concluiu que a operação não “parava em pé” por inviabilidade financeira. As aeronaves foram então retiradas da frota e repassadas a novos operadores.

Um deles ainda está voando, outro foi para um time da NBA e, desde então, parece não ter mais saído do chão e, por fim, um foi aposentado. Seu status em 24 de outubro de 2020 era o seguinte:

PR-ONA

Esse foi o primeiro Boeing 767 a chegar à frota da empresa aérea em maio de 2007, já após uma história de 15 anos voando em empresas como a United Airlines (primeira operadora, de 1991 a 2005) e a indiana Air Sahara (entre 2005 e 2007).

Sua história na empresa brasileira foi de apenas um ano e cinco meses, entre maio de 2007 e novembro de 2008. Depois disso, o jato rodou por três empresas ucranianas, a Dnipromavia, AeroSvit e, finalmente, a Ukraine International Airlines, onde voa até hoje.

Uma curiosidade aleatória sobre essa aeronave é que, por sua matrícula, ela rapidamente ganhou o apelido em grupos de entusiastas como “avião do Enéas”, em alusão ao partido político fundado pelo caricato Enéas Carneiro, o Partido de Reedificação da Ordem Nacional (PRONA).

PR-ONB

Foi o segundo 767 da OceanAir, chegando em território nacional em novembro de 2007, após uma passagem de 15 anos pela United Airlines (1992 a 2007).

Foi adquirida pelo grupo Synergy Aeroespace, de Germán Efromovich, e alocado para a empresa brasileira, onde ficou até fevereiro de 2009. Após sua saída da frota, o Synergy repassou o jato à Avianca Colômbia, outra empresa do grupo, e ali esteve até 2013

Depois disso, a história da aeronave tem uma reviravolta curiosa. Após uma passagem de seis anos, de 2013 a 2019, pela tailandesa Asia Atlantic Airlines, o jato foi adquirido pelo time de basquete do Houston Rockets para transporte dos jogadores. Embora ainda esteja em nome do time da NBA, não constam registros de que ele já voou com a equipe, estando parado desde 2019 em Pinal Air Park, no deserto da Califórnia, com a matrícula N625HR.

PR-BRW

Por fim, mas não menos importante, está um jato herdado da antiga Brasil Rodo-Aéreo (BRA). Após a suspensão dos voos da BRA, a OceanAir assumiu temporariamente algumas das suas aeronaves e rotas a fim de não deixar os passageiros desamparados. Um desses “herdados” foi o Boeing 767 PR-BRW.

Antes de chegar ao Brasil, o jato voou na LAN Chile (1992-1998), Air Madagascar (1998-1999) e na TWA/American Airlines (1999-2004).

Pousou no Brasil em setembro de 2004 para assumir os voos fretados de longa distância da BRA e ficou em suas cores até dezembro de 2008 quando foi devolvido ao lessor pela OceanAir. Depois disso, foi para a empresa americana Ryan International, que o aposentou em 2013, enviando-o ao deserto.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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