Uma gravação da frequência de comunicações mostra o momento em que os pilotos da Azul Linhas Aéreas foram avisados sobre a ameaça de bomba em sua aeronave na noite de ontem, 24 de maio, quando tinham acabado de pousar no Aeroporto Lauro Carneiro de Loyola, em Joinville, Santa Catarina.
O vídeo a seguir, publicado pelo canal Plane Spotter Joinville, especializado em conteúdos do aeroporto catarinense, permite ouvir toda a sequência das mensagens trocas entre os pilotos do avião, o controlador de tráfego aéreo do aeroporto e a equipe da companhia aérea no terminal:
Como foi possível ouvir na gravação acima, o voo AD-2740, feito pela Azul Linhas Aéreas com o avião ATR 72-600 de matrícula PR-YXT, foi cumprido normalmente de Campinas (SP) até Joinville, porém, assim que o pouso foi realizado, por volta das 22h55, houve a comunicação aos pilotos sobre a possível ameaça de bomba.
Inicialmente, a instrução foi para que o avião fosse mantido na taxiway logo ao sair da pista, até que novas informações fossem obtidas.
Depois, foi dada a explicação: as bagagens de um passageiro de um voo anterior na mesma rota teriam ficado em Campinas, e estariam chegando a Joinville a bordo do voo AD-2740. Porém, o dono das malas teria dito que “a bagagem que está vindo seria para explodir outra coisa, mas já que não chegou, vai explodir o avião mesmo”.
Diante da ameaça feita pelo viajante a funcionários da Azul, estes decidiram acionar os procedimentos de ameaça de bomba, que, ato contínuo, levaram ao acionamento da Polícia Federal para avaliação da situação.
Por fim, após cerca de 30 minutos, incluindo os pilotos solicitando maior agilidade em uma decisão sobre a situação, o desembarque dos passageiros foi realizado na taxiway, na própria posição em que o ATR 72 estava, com a exigência de que toda bagagem permanecesse na aeronave para verificação.
Após a ocorrência na noite de ontem, nesta quinta-feira, 25 de maio, a Polícia Federal esclareceu que a equipe de plantão do aeroporto de Joinville foi acionada para averiguar a informação de que uma mala, transportada em um voo comercial, poderia conter um artefato explosivo.
Segundo relatado por uma atendente de companhia aérea, um passageiro, que aguardava a chegada de bagagem extraviada, teria comentado que a mala conteria uma bomba e que esta poderia explodir.
A PF de imediato tomou todas as medidas de segurança aplicáveis ao caso, identificou o passageiro e o conduziu à Delegacia de Polícia Federal em Joinville. Ao examinar a bagagem, constatou-se que a mala não continha qualquer artefato explosivo.
Em depoimento, o homem de 43 anos, natural de São Paulo e sem antecedentes, negou que teria feito tal comentário. Ele foi inquirido e liberado.
Caso seja comprovada a denúncia, o cidadão poderá responder pelo crime de exposição ao risco a aviação civil e até ser enquadrado pela Lei Antiterrorismo.
