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Ouça o relato da passageira que viu fogo no motor do avião da Azul nesta segunda-feira

Um voo da Azul Linhas Aéreas na madrugada desta segunda-feira, 10 de janeiro, precisou retornar ao aeroporto de origem após um problema com a aeronave que, segundo uma passageira, resultou em fogo no motor. O pouso ocorreu sob declaração de “Mayday”, conforme áudios que você ouve nesta matéria.

Ainda não há maiores detalhes sobre qual foi a pane apresentada, porém, possivelmente o que os passageiros viram foram labaredas sendo emitidas pelo escape do motor, como geralmente acontece quando há certos problemas, como o estol de compressor (que pode ser decorrente da ingestão de algo pelo motor, como um pássaro, por exemplo).

Segundo o relato do vídeo que você assiste abaixo, da passageira Cleo Pinheiro, que também é jornalista, o voo AD-2649 havia acabado de partir de Manaus com destino a Recife quando ela testemunhou o momento em que o motor direito emitiu chamas.

Áudios das comunicações do piloto com o controlador de tráfego aéreo, enviados ao AEROIN pelo leitor Wangles Oliveira, mostram que o retorno e o pouso foram efetuados sob condição de “Mayday”, ou seja, uma chamada de socorro usada para sinalizar uma emergência que necessita de prioridade para o pouso.

Ouça nos dois players a seguir os áudios, relativos ao momento em que o piloto avisou que estava se preparando para seguir para o pouso, e note a tranquilidade para lidar com a situação:

Dados da plataforma RadarBox de rastreamento online de voos indicam que a aeronave envolvida foi o Airbus A320neo registrado sob a matrícula PR-YRC, igual ao da imagem a seguir.

Airbus A320neo

A trajetória do voo, captada pelo RadarBox, mostra que os pilotos iniciaram o retorno cerca de 5 minutos após a decolagem, quando o avião havia atingido por volta de 4 mil pés (1.200 metros) de altitude.

Antes do pouso, a aeronave ainda efetuou duas órbitas (trajetória circular de espera em voo) e então prosseguiu de volta para o aeroporto Eduardo Gomes. Com isso, a chegada aconteceu cerca de 30 minutos após a partida.

Imagem: RadarBox

O motivo das órbitas pode ser desde um intervalo extra para avaliação da situação da aeronave pelos pilotos até um maior tempo de voo para consumir parte do combustível e tornar o peso total do jato menor do que o limite máximo de pouso.

Até o momento da publicação desta matéria, cerca de 7 horas após o pouso, a aeronave A320neo seguia em solo no aeroporto da capital do Amazonas. Segundo a jornalista, passageiros foram realocados em outros voos, incluindo, em seu caso, um da Gol Linhas Aéreas.

Embora a declaração da passageira, compreensível em se tratando de alguém sem conhecimento técnico sobre a aviação, vale ressaltar que um problema com um dos motores da aeronave não acarreta necessariamente em um potencial acidente, pois a mesma é capaz de continuar voando com apenas um propulsor em funcionamento e os pilotos são regularmente treinados para lidarem com situações como esta.

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