O Beluga Tango Bravo entrou em contato com os controladores de tráfego aéreo para dizer que havia algo errado por volta das 14h30. A Airbus não deu muitos detalhes, apenas confirmou que houve uma “anomalia em voo”.
Conforme relatou o Aviation Herald nesta sexta-feira (27), o incidente resultou num pouso de emergência envolvendo uma das maiores aeronaves de carga do mundo enquanto estava a caminho do Aeroporto de Hawarden, no norte do País de Gales. O avião envolvido foi o Airbus A300-600ST, mais conhecido como “Beluga”, de matrícula F-GSTB.
A aeronave realizava o voo BGA134B de Hamburgo para Hawarden e já estava em aproximação para pouso, quando a tripulação entrou em contato com o controle de tráfego aéreo na tarde de ontem, reportando que seu pára-brisas estava rachado.
Seis carros de bombeiros, equipes de policiais e ambulâncias, incluindo o Helimed 59, foram acionados e correram para uma posição próxima da pista 22. No entanto, ninguém precisou ser atendido pelas equipes de socorro, pois a aeronave pousou com segurança em Hawarden às 15h30. Apesar de parecer exagerado, acionar os serviços de segurança é parte do protocolo de qualquer aeroporto quando um piloto reporta uma emergência.
O Beluga envolvido no incidente permanece parado em Hawarden, mais de 24 horas após a ocorrência. Um porta-voz da Airbus disse apenas que “o Beluga Tango Bravo sofreu uma anomalia no voo de Hawarden”.
Por que esse avião é chamado de Beluga?
“Beluga” significa branco em russo e o avião leva esse nome por ser tremendamente parecido à baleia de pele branca do Ártico. É um avião de carga da Airbus, usado no transporte de grandes partes das aeronaves entre todas as fábricas da Airbus e os fornecedores. Desde que o Beluga entrou em serviço em 1994, a produção de aviões europeus aumentou em cinco vezes, forçando a frota de cinco Beluga da empresa a voar mais de 60 vezes por semana.
Atualmente, as asas da Airbus são fabricadas no Norte de Gales e perto de Bristol. As seções de cauda e superfícies móveis da Airbus são fabricadas no centro e Sul da Espanha. No total, a Airbus possui 11 locais na Europa, onde os Beluga são usados para transportar peças de aeronaves.
O Beluga pode levar 36 carros ou 7 elefantes
A Airbus usou a base do modelo A300-600 para construir o Beluga. Para aumentar a capacidade de carga, cortou a parte superior da aeronave e a substituiu por uma seção mais ampla da fuselagem que se assemelha a uma bolha, resultando na semelhança a uma baleia.
O cockpit também foi abaixado para que o compartimento de carga da aeronave pudesse ser carregado e descarregado pela frente. Uma curiosidade reportada pela Airbus é que, devido ao tamanho, é necessária atenção especial ao posicionar e fixar a carga no Beluga, pois a aeronave reage de maneira diferente à maioria dos outros jatos grandes, movendo-se para os lados, em vez de subir e descer durante turbulências.
Com um diâmetro enorme de 7,1 metros e uma carga útil máxima de 47 toneladas, o Beluga é ideal para transportar peças de aeronaves como asas e pode até encaixar seções da fuselagem do novo A350. Em termos leigos, os 1.400 metros cúbicos de espaço da aeronave seriam suficientes para 36 carros ou sete elefantes.