Para cortar custos, Rússia pressiona por voos comerciais com apenas um piloto no cockpit

Imagem: Gazpromneft-Aero

A ideia de ter apenas um piloto na cabine de voos comerciais é polêmica, mas de tempos em tempos volta aos noticiários. A última a levantar a hipótese é a Rússia, onde o Ministério da Indústria e Comércio disse que planeja substituir os copilotos em aeronaves de passageiros e carga por uma contraparte virtual, reduzindo assim os custos operacionais. 

Já como parte deste plano, em 9 de agosto o governo russo publicou uma licitação no valor de US$ 49 milhões para o desenvolvimento dessa tecnologia, informa o jornal Vedomosti. A análise dos últimos estudos científicos locais sobre o uso da inteligência artificial na aviação permite prever que a transição para uma tripulação de uma pessoa em aeronaves comerciais será possível já na década de 2030, diz o texto do edital. 

O licitante vencedor deve começar a trabalhar em 2022 e tem que criar um modelo de trabalho do copiloto virtual “com base em um modelo realista de um cockpit universal com um ambiente simulado”. A tecnologia deve estar pronta até o final de 2024.

Muita coisa tem que acontecer antes disso. São necessárias medidas para eliminar o aumento da carga de trabalho do piloto solo, de acordo com o edital do Ministério da Indústria e Comércio. Para isso, o sistema de informação e controle do cockpit, os instrumentos de navegação e vigilância e a segurança cibernética devem ser aprimorados.

Fabricantes de aeronaves, como a Airbus, têm falado sobre o tema, mas nenhuma tem um prazo tão agressivo quanto o russo para já ter o sistema em testes. Resta esperar e ver onde a Rússia chegará com tal ideia.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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