Para driblar alta do combustível, Azul aposta na renovação da frota de aviões

A alta do querosene de aviação no ano supera a da gasolina automotiva e a do gás de cozinha. Nesse cenário, a Azul passa pela subida do combustível apostando na renovação da frota.

Divulgação – Azul

Segundo dados da ABEAR – Associação Brasileira das Empresas Aéreas, o queresone de aviação (QAV) registrou alta de 91,7% em relação a igual período de 2020, e acumula aumento de 47,7% de 4 de janeiro a 25 de outubro. Esta variação é 4% a mais que a da gasolina e mais de 10% do gás de cozinha.

O QAV é utilizado por toda a frota das grandes empresas aéreas do país, seja a turboélice ou turbojato, e qualquer mudança nesta variável afeta o custo do voo, do qual 35% do custo está relacionado ao valor do querosene. Para passar por essa alta, a Azul aposta numa receita conhecida: diminuir o gasto do insumo com a renovação da sua frota.

Em razão da pandemia, o processo de mudança de aviões foi postergado em alguns meses, mas a empresa sinalizou que voltará a receber jatos Embraer novos no ano que vem, e este ano já recebe aeronaves da Airbus.

Em conversa com a imprensa durante a conferência sobre os resultados do 3º trimestre da companhia aérea, questionamos o presidente da Azul, John Rodgerson, sobre os próximos passos da frota.

Ele respondeu: “Não temos nenhuma grande novidade sobre isso, teremos uma frota flat (plana), não vai entrar avião sem que outro saia, principalmente na frota widebody (de dois corredores), se chegar um A330neo ou se recebermos o A350 no ano que vem, um A330ceo sai”, afirmou o executivo em resposta ao AEROIN.

Ainda, segundo Rodgerson, os novos aviões, incluindo os menores, E195-E2 e A320/A321neo, são aeronaves “que se pagam rápido e trazem bastante economia”.

Outro ponto destacado é a flexibilidade que o momento proporciona, já que o mercado internacional ainda está volátil e as grandes aeronaves são utilizadas em voos domésticos. Para lex Malfitani, CFO da companhia, isso permite que a empresa não saia no prejuízo e citou o exemplo das rotas de Campinas para Manaus e Recife, que tem voos fixos com o A330.

“Se precisarmos, colocamos estes aviões nas rotas internacionais, renovamos a frota, mas até lá eles fazem o doméstico levando carga; para dezembro, por exemplo, vou para Recife, indo e voltando de A330”, cita o guardião das finanças da Azul.

No terceiro trimestre de 2021, o custo da Azul com combustíveis aumentou em 8,4% quando comparado ao mesmo período do ano passado, atingindo R$879,2 milhões. Esta cifra representa um aumento de 28,6% do valor do QAV no período, e foi compensado pela redução da capacidade da malha em 10,8% e em 5,5% com a renovação de frota, ainda que lenta neste ano.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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