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Para fazer caixa, Southwest Airlines vende 20 Boeing 737 por “apenas” US$815 milhões

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A busca por liquidez é um dos maiores desafios enfrentados pelas empresas aéreas mundo afora nesse momento em que a demanda por viagens praticamente secou. Além dos tradicionais empréstimos de bancos, as empresas também apelam para a venda e re-locação das suas aeronaves, como fez a Southwest nessa semana.

Segundo um relatório enviado pela empresa aérea à Securities and Exchange Commission (SEC), o tamanho da transação deve chegar a $815 milhões de dólares e envolver dez Boeing 737-800 e uma quantidade similar da versão -700.

Nesse negócio, conhecido como sales and lease-back, a empresa vende seu ativo a uma empresa do mercado financeiro e firma em seguida um contrato de locação do mesmo equipamento. Na prática, isso dá dinheiro imediato para a empresa, a qual passará a pagar mensalmente um valor de leasing pelo uso da aeronave.

Como uma medida como essas, nesses tempos de pandemia, tende a ser emergencial, então a empresa aérea geralmente acaba vendendo a aeronave a um montante muito inferior ao seu valor de mercado.

Um exemplo de conta

Por exemplo, segundo os dados mais recentes um Boeing 737-800 NG custaria cerca de US$ 89 milhões, enquanto que um 737-700 NG estaria na faixa de US$ 75 mi, desprezando a data de fabricação (um avião mais novo vale mais, obviamente).

A frota de 737-700 da Southwest tem média de idade de 16 anos, enquanto os -800 são bem mais novos, com média de 4,8 anos, conforme dados do Planespotter.

Considerando que estamos em tempos excepcionais de pandemia e também a idade dos aviões, vamos tomar uma abordagem conservadora e desvalorizar esses montantes entre 30% e 60%. Consideraremos, portanto, um preço de US$ 60 mi para o 737-800 e US$ 30 mi para o 737-700.

Nesse cenário conservador, a soma do preço de mercado de dez Boeing 737-700 e mais dez 737-800, deveria ser dar US$ 900 milhões.

Ainda assim, o banco ou financeira envolvido na transação estaria pagando para a Southwest quase que $100 milhões de dólares a menos. Infelizmente não temos os termos do contrato para avaliar como se dará esse pagamento à empresa aérea, se à vista ou a prazo, para poder analisar com mais acurácia.

Embora haja essa virtual perda financeira, a medida ajuda a companhia em um momento em que as empresas aéreas dos EUA queimam coletivamente mais de US$ 10 bilhões por mês e o tráfego de passageiros caiu 95% devido à pandemia de coronavírus.

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Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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