Passageira acaba expulsa de voo de conexão porque disse que tinha alergia a nozes

Pela terceira vez neste ano, a empresa aérea turca Turkish Airlines está nas manchetes dos tabloides britânicos por expulsar um passageiro alérgico a nozes de um de seus voos. No incidente mais recente, a viajante Hanna Olsen foi barrada numa conexão devido a um reporte que ela mesmo fez, onde, segundo ela, constava a informação de que sua alergia nem era grave.

Apesar de ter voado até Istambul sem problemas, Olsen disse que enfrentou problemas para embarcar no voo de conexão à Cidade do Cabo, na África do Sul. Em um depoimento ao jornal Mirror, ela falou que a confusão se deu quando a equipe da companhia aérea viu seu reporte de alergia, onde ela pedia alimentação especial, embora ressaltasse que não sofria risco de vida (como pode ocorrer, dependendo da severidade da alergia).

Primeiro, ela conta que os funcionários da empresa aérea em Istambul a fizeram assinar uma declaração de que a companhia aérea não seria responsabilizada se ela sofresse uma reação alérgica durante o voo. Apesar disso tranquilizar o pessoal de cabine, o piloto aparentemente se recusou a transportá-la e ela teve que ser retirada da aeronave.

O transtorno não teria parado por aí, pois, segundo ela, a companhia ainda tentou cobrar 700 libras para remarcá-la em um voo no dia seguinte. Depois de alguma discussão, a empresa abriu mão da cobrança e a permitiu embarcar no voo posterior, embora tendo perdido um dia de sua viagem.

Toda a situação vivida pela passageira é uma repetição que tem sido observada em voos da Turkish Airlines nos últimos meses. Oficialmente, a aérea não proíbe os alérgicos em seus aviões e a companhia aérea até sugere que troca refeições com nozes se os alérgicos avisarem com mais de 48 horas de antecedência, no entanto, pede aos passageiros que tenham um relatório médico pronto para apresentar ao pessoal da cabine em “caso surja uma emergência ou dúvida”.

Por outro lado, a companhia não permite o pré-embarque de pessoas alérgicas (em alguns casos, os alérgicos acessam a aeronave antes para limpar o assento, visando remover qualquer vestígio de nozes do voo anterior) ou faz anúncios para solicitar que outros passageiros evitem comer suas próprias nozes a bordo.

Apesar dessa política há uma lista crescente de incidentes em que a Turkish Airlines impediu que pessoas alérgicas voassem. 

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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