Passageira vai a óbito após empresa aérea fornecer cadeira de rodas inadequada

Uma mulher deficiente, que teve sua cadeira de rodas especial quebrada durante um voo com a United Airlines, veio a óbito na semana passada. A entidade Hand in Hand, que ela representava, atribui sua morte a ferimentos causados pelo uso de uma cadeira de rodas inadequada fornecida pela empresa aérea.

Segundo relata o USA Today, Engracia Figueroa atuava em prol das pessoas com deficiência e era ativa na busca pela acessibilidade. Em julho, ela viajou para Washington a fim de representar a instituição de caridade no “Care Can’t Wait Rally” (“O Cuidado Não Pode Esperar”) para exigir que o Congresso “exija investimentos no sistema de atendimento domiciliar”. Sua ida ao comício foi possibilitada por uma cadeira de rodas customizada especialmente projetada para suportar sua lesão na medula espinhal e amputação da perna esquerda.

Engracia no evento em Washington

Quando estava voltando para casa, sua cadeira de rodas foi danificada no transporte aéreo e ela foi alocada numa cadeira de rodas comum, manual e quebrada, onde ficou por cinco horas sofrendo de fortes dores. Quando ela finalmente chegou à sua casa, ela denunciou publicamente a empresa aérea pelos danos causados.

Nos meses seguintes, ela intensificou a quantidade de visitas médicas por conta de danos alegadamente causados por esse tratamento inadequado. Nas últimas semanas, sua condição piorou e ela foi internada numa UTI, onde veio a óbito.

A Hand in Hand emitiu uma carta em seu site, atribuindo à empresa aérea a culpa pela morte da sua líder: “Sua luta para manter o equilíbrio durante esse período de tempo na cadeira defeituosa levou a ferimentos significativos”, disse a instituição. “Quando ela finalmente conseguiu voltar para casa, ela sentiu uma dor aguda e foi internada no hospital várias vezes nos meses subsequentes”.

Um dos problemas identificados pelo uso de um equipamento inadequado foi a formação de uma úlcera de pele que infeccionou, além de outros danos à sua frágil saúde pelo esforço que teve que fazer. Após algum tempo, a United concordou em substituir a cadeira de rodas customizada, que tinha um custo de US$ 30.000, mas as complicações de seus ferimentos se tornaram muito graves e ela foi internada no hospital, até seu óbito.

Em uma declaração a United Airlines disse: “Ficamos tristes ao saber do falecimento da Sra. Figueroa e oferecemos nossas condolências aos amigos e familiares dela”.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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