Passageiro afrodescendente processa aérea por discriminação racial após ser removido de avião

Boeing 777-300 da American Airlines

Um passageiro entrou com uma ação judicial contra a American Airlines alegando que discriminação racial foi a motivação para ter sido removido da aeronave no Aeroporto Internacional de Miami em fevereiro de 2021, após ter uma briga com um comissário de bordo.

O homem, identificado como Troskie Stewart, 43, se descreve como um cidadão americano de descendência africana, que no dia em questão esperava voar de Miami para Atlanta com seu amigo, quando o comissário American Airlines exigiu que ele desembarcasse do avião, supostamente por não o querer a bordo.

O processo, aberto no final da semana passada no Tribunal Distrital do Norte da Flórida, alega que a American se envolveu em “discriminação intencional” com base na raça, cor ou origem nacional de Stewart quando ele foi removido do voo, conforme detalha o Paddle Your Own Kanoo.

Stewart diz que foi “profundamente afetado” pelo incidente e alega que o que aconteceu com ele não foi um incidente isolado. Na verdade, o processo diz que a empresa “continuou com um costume ou política de permitir que o pessoal da companhia aérea exercesse discrição irrestrita para remover passageiros de voos com base em sua raça, cor, ascendência, etnia ou origem nacional”.

Tendo chegado ao aeroporto de Miami a tempo para o voo noturno até Atlanta, Stewart diz que ele e seu amigo passaram por um posto de controle da TSA sem incidentes e embarcaram no avião a tempo. Uma vez a bordo, Stewart começou a guardar sua bagagem de mão no compartimento superior, mas foi repreendido por um comissário de bordo.

De acordo com o processo, o comissário de bordo exigiu que Stewart saísse do corredor e se sentasse, apesar de poder ver que ele simplesmente estava colocando sua mala no compartimento superior. Stewart diz que atendeu ao pedido, mas teve que se levantar pouco tempo depois para permitir que um vizinho de assento chegasse ao seu lugar.

Nesse ponto, o mesmo comissário de bordo supostamente exigiu que Stewart ocupasse seu lugar ou corria o risco de ser removido do avião. Stewart diz que se sentiu humilhado, mas novamente obedeceu para evitar um confronto.

Infelizmente para Stewart, um segundo passageiro sentado na mesma fila chegou, exigindo que ele ficasse no corredor para permitir que o passageiro acessasse seu assento. Enquanto a passageira se sentava, o conteúdo de sua bolsa caiu no chão e Stewart foi ajudar a recolher seus pertences.

Mais uma vez, o mesmo comissário de bordo supostamente repreendeu Stewart por bloquear o corredor e ameaçou chamar o comandante. Quando outros passageiros intervieram e falaram em defesa de Stewart, o comissário disse na frente de um supervisor: “Você só está falando por ele porque se parece com ele, provavelmente é parente dele”.

Um supervisor da American Airlines foi chamado e escoltou Stewart para fora do avião. Stewart diz que isso mostra que as palavras e ações discriminatórias do comissário de bordo “foram apoiadas e encorajadas pela American Airlines”.

O processo afirma que Stewart se sentiu “como um cidadão de segunda classe que poderia ser humilhado e envergonhado simplesmente para acomodar os preconceitos do funcionário [da American Airlines] cujos sentimentos e preocupações recebiam um status privilegiado”.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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