Passageiro do assento 1D agride comissário, mas diz que foi por causa de ‘instinto homofóbico’

Um passageiro que voava primeira classe de um voo da Delta Air Lines, de Atlanta para Phoenix, disse aos agentes do FBI que ele era homofóbico e admitiu bater e chamar um dos comissários de bordo de “bicha” (“queer”, em inglês). O viajante foi identificado como Christopher Alexander Morgan, segundo reporta a matéria do New York Post, e pode pegar até 20 anos de prisão.

No 1D

Morgan estava sentado no assento 1D no voo 2908 da Delta, na última sexta-feira (22), quando agrediu, fisica e verbalmente, o comissário de bordo, atingindo-o com um interfone de bordo, disseram testemunhas. O suspeito disse aos investigadores que sua homofobia pode ter causado sua reação em relação ao profissional, embora negue a agressão.

As coisas supostamente começaram a escalar quando Morgan se recusou a colocar seu assento na posição vertical e colocar o cinto de segurança para decolar, de acordo com uma declaração do FBI. Morgan “não cooperou e não cumpriu suas instruções”, alega o depoimento. Após a decolagem, o comissário de bordo serviu uma bebida alcoólica para Morgan, mas quando ele pediu uma segunda, o comissário de bordo sugeriu uma bebida sem álcool.

Morgan então xingou o comissário, identificado apenas como H.D. e jogou-lhe um copo de gelo. Quando um passageiro sentado na fileira de trás interveio, Morgan supostamente ficou com raiva e o ameaçou.

Perseguição

No momento seguinte, o comissário de bordo entrou na cozinha e usou um interfone para ligar aos pilotos e contar-lhes o que se passava. No entanto, Morgan o seguiu, disse insultos e tomou o interfone de sua mão, atirando-lhe de olta o objeto. O aparelho teria atingido o comissário no peito.

Ao chegar em Phoenix, Morgan foi removido da aeronave pela polícia e entrevistado por agentes do FBI. Sob interrogatório, Morgan disse que é homofóbico e que isso afetou seu comportamento no voo.

A pena máxima por atrapalhar o trabalho da tripulação de voo é de 20 anos de prisão, mais multa de até US$ 200.000. As audiências preliminares foram marcadas para 3 de maio e Morgan permanecerá sob custódia (preso) até lá.

A Delta Air Lines ainda não comentou a situação.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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