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Passageiro idoso e cego é barrado no embarque do Santos Dumont por conta de sua bengala

Imagem: Infraero

Na última terça-feira (24), o passageiro com deficiência visual, Ubiraney Ribeiro Porto, enfrentou uma situação constrangedora no Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio de Janeiro. O aposentado de 60 anos foi impedido de embarcar com sua bengala guia, instrumento fundamental para sua locomoção.

A Infraero justificou que a decisão se deu por questões de segurança, alegando que a ponta da bengala poderia ser considerada contundente, o que gerou preocupações com relação à segurança dos passageiros. Diante disso, o idoso foi obrigado a despachar o objeto.

Segundo noticiou o g1, o episódio foi registrado em imagens, mostrando o momento em que Ubiraney, já sem sua bengala, quase tropeça e cai em uma escada rolante do aeroporto. Além disso, o aposentado possui pressão alta e relatou ter passado mal devido à situação.

Indignado, o genro do aposentado gravou um vídeo para relatar o ocorrido. Ele explicou que a bengala é essencial para evitar acidentes, especialmente em ambientes como escadas rolantes, mesas e cadeiras. Ubiraney também destacou que nunca havia enfrentado um impedimento semelhante em outros aeroportos do Brasil e do exterior.

Eu tenho costume de embarcar em vários aeroportos do Brasil, inclusive fora do Brasil, [e] nunca foi impedido em embarque nenhum. Inclusive, já embarquei várias vezes no Santos Dumont. Infelizmente, dessa vez ocorreu isso. É um lamentável episódio. Lembrando que uma bengala dessa são os olhos do cego. Isso substitui os olhos do cego. Evita que aconteça acidentes em escadas rolantes, mesas, cadeiras, bater com outras pessoas“, afirmou Ubiraney ao g1.

Em resposta, a Infraero alegou que seus procedimentos estão de acordo com a legislação da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e visam garantir a segurança de todos os envolvidos no voo. Segundo a resolução Nº 515 da ANAC, é permitido o embarque de “bengala dobrável”, enquanto o objeto em questão foi identificado como um “bastão de trakking”.

A ANAC, por sua vez, esclareceu que a bengala guia é considerada um dispositivo de ajuda técnica e deve ser transportada gratuitamente na cabine de passageiros. Caso seu tamanho inviabilize o transporte na cabine, a bengala deve ser acomodada no compartimento de bagagem, ressalta a agência. É recomendado que passageiros verifiquem essas condições com antecedência.

Ubiraney Ribeiro Porto, juntamente com sua família, faz um apelo às autoridades para que revejam a posição da Infraero, visando a garantia do direito de locomoção e segurança dos deficientes visuais nos aeroportos.

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