Passageiro não foi atingido por pá da hélice porque mudou de assento no voo

O local em que a pá penetrou e a pá no lado oposto da fuselagem

Um mês atrás, acompanhamos o incidente em que uma pá da hélice de um avião penetrou sua fuselagem após ter sido quebrada em uma colisão com uma ave. Na ocasião, a pá atravessou o espaço de todos os assentos da fileira número 3 até quebrar uma janela no lado oposto da fuselagem.

Agora, a Autoridade de Aviação Civil da África do Sul (SACAA) publicou seu primeiro relatório (Relatório Preliminar) sobre a investigação do caso, apresentando os detalhes já levantados até aqui.

Segundo o relato oficial, em que alguns trechos foram reproduzidos pelo The Aviation Herald, o avião Jetstream JS-41 de matrícula ZS-NRJ, da companhia Airlink, da África do Sul, atingiu um Kori Bustard, uma ave de 1 metro a 1,35 metro de altura (um porte ligeiramente maior que a Seriema, de 0,9 metro, bastante conhecida aqui no Brasil).

A colisão ocorreu quando o avião estava pousando pela pista 08 do aeroporto de Venetia Mine, e o pássaro atingiu a hélice direita, fazendo com que uma das 5 pás se separasse e penetrasse na cabine.

A hélice com uma pá partida e a fuselagem danificada no ponto de penetração

A SACAA relata que no momento do incidente a aeronave estava a uma velocidade de 104,6 nós (cerca de 193 km/h) e as hélices estavam na configuração de empuxo reverso. A ave havia voado da área gramada ao lado da pista do lado direito.

A aeronave começou a vibrar intensamente devido ao desbalanceamento pela perda de uma pá de hélice e o motor apresentou superaquecimento. Enquanto desacelerava a aeronave na pista, os pilotos desligaram o motor afetado. Devido às fortes vibrações, vários componentes do motor também sofreram danos.

A SACAA declarou: “O acidente foi de natureza não fatal porque nenhuma pessoa estava sentada na fileira de assentos número 3 durante o acidente. O tripulante de cabine informou que o passageiro que estava sentado na fileira 3, lá colocado antes da decolagem para fins de peso e balanceamento, desocupou o assento durante o voo para sentar em um dos assentos vazios na parte traseira da aeronave.”

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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