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Passageiro paralímpico processa aérea após cair da cadeira de rodas e voar em meio ao seu excremento

Airbus A320 da American Airlines – Imagem: DepositPhotos

Um atleta paralímpico, que conquistou várias medalhas de ouro e prata no atletismo nos Jogos de Sydney 2000, está processando a American Airlines por negligência após sofrer várias cirurgias decorrentes de um incidente a bordo de um dos aviões da companhia no Aeroporto de Phoenix, nos Estados Unidos.

Doug Heir ficou gravemente paralisado aos 18 anos, quando se atirou em uma piscina para salvar a vida de um menino que estava se afogando. Doug bateu a cabeça no fundo da piscina e foi diagnosticado como tetraplégico.

O acidente mudou completamente a vida de Doug, mas ele conseguiu superar a depressão e se tornar um dos “Paralímpicos mais condecorados da história“, representando os Estados Unidos em vários Jogos Paralímpicos e presidindo a Associação Nacional de Lesões na Medula Espinhal.

Doug tornou-se uma grande inspiração para jovens paralisados e apareceu em diversos documentários sobre sua trajetória. Em outubro de 2022, ele viajou de sua casa em Nova Jersey para Phoenix para o casamento de um amigo que havia produzido um documentário sobre sua vida. Durante a viagem, ele utilizou os serviços da American Airlines.

Embora o voo para Phoenix tenha ocorrido sem problemas, o voo de volta deixou Doug enfrentando múltiplas cirurgias para tratar as lesões que sofreu.

Doug havia informado à companhia aérea sobre sua deficiência e a necessidade de assistência para embarcar no voo que o levaria primeiro a Filadélfia. Ele explicou ao pessoal de assistência que, embora tentasse se transferir da cadeira motorizada para a cadeira tradicional, precisaria de ajuda caso perdesse o equilíbrio.

Ao tentar se mover para a cadeira tradicional, Doug perdeu o equilíbrio e pediu ajuda diversas vezes. Mesmo gritando “Me peguem!” várias vezes, os funcionários apenas observaram e não tentaram segurá-lo, conforme reportou no processo judicial, visto pelo Paddle Your Own Kanoo.

Doug caiu no chão, cortando a nádega e se sujando. Ele ficou no chão por quase meia hora. No final, os serviços de emergência precisaram ser acionados para assisti-lo a embarcar. Eventualmente, outros passageiros embarcaram, passando por Doug, que acabara de se sujar – uma experiência que ele descreve como “humilhante”.

Doug teve que suportar um voo de quatro horas até Filadélfia com uma ferida aberta na nádega e coberto com seus próprios excrementos.

Em 2023, ele passou parte do tempo tratando a ferida e os problemas continuaram em 2024. Em setembro, foi necessário realizar uma cirurgia de retalho de pele para tratar a lesão. Doug continua em repouso, se recuperando dessa última cirurgia.

Agora, em seu processo contra a American Airlines, Doug acusa a companhia de negligência, buscando que um júri lhe conceda danos morais. Em resposta ao processo, a American Airlines negou as acusações.

Recentemente, a companhia recebeu uma multa recorde de 50 milhões de dólares por má conduta com passageiros com deficiência e pelo manuseio inadequado de cadeiras de rodas. Em outubro, o Departamento de Transporte dos EUA acusou a empresa de “diversas violações graves das leis de proteção aos passageiros com deficiência.

Essa multa é 25 vezes maior do que a maior penalidade anterior imposta a uma companhia aérea por violar as leis de direitos dos deficientes, embora a American Airlines precise pagar apenas metade do valor.

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Com uma paixão pelo mundo aeronáutico, especialmente pela aviação militar, atua no ramo da fotografia profissional há 8 anos. Realizou diversos trabalhos para as Forças Armadas e na cobertura de eventos aéreos, contribuindo para a documentação e promoção desse campo.
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