Passageiro pede indenização alegando que foi expulso do voo porque falava russo

Avião Boeing 737-800 American Airlines
Boeing 737-800 da American Airlines – Imagem: BriYYZ / CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons

Um homem expulso de uma aeronave da American Airlines por não usar máscara, está processando a companhia alegando que a situação ocorreu porque ele estaria falando em russo com sua filha. Morador de Nova Iorque, Boris Abayez, deveria viajar junto com sua esposa e duas filhas no dia 2 de janeiro de 2021, para uma visita a familiares em Phoenix, no Arizona.

No entanto, conforme aponta o site jurídico LAW.com, já a bordo da aeronave, Boris baixou sua máscara para tomar seu medicamento para diabetes e a atividade despertou a atenção de um comissário de bordo.

“Um comissário de bordo viu que eu estava prestes a beber minha água e imediatamente começou a gritar comigo para colocar minha máscara de volta. Eu disse a ele gentilmente que precisava tomar minhas pílulas e puxaria minha máscara para cima imediatamente depois. No entanto, ele não se importou.” relata Boris no processo.

“Em vez disso, ele começou a gritar e berrar comigo e começou a bater palmas na frente do meu rosto, dizendo que eu estava fora do voo. Enquanto ele estava batendo palmas, ele bateu na minha mão, o que fez com que minhas pílulas fossem derrubadas”.

Na ocasião, os pilotos retornaram com a aeronave ao portão para que Boris fosse retirado da aeronave, sendo impedido de prosseguir no voo.

Uma de suas filhas, que continuou a bordo, chorou e desmaiou com a situação. O comissário que deveria prestar assistência para a menina disse que se “ela não calasse a boca também seria expulsa da aeronave”. Apenas a esposa e as duas filhas continuaram a viagem.

Boris, que nasceu no antigo estado soviético do Tajiquistão, alega no processo: “Está claro que o comissário de bordo me tratou de forma tão abusiva porque me ouviu falando russo e quis me prejudicar devido à minha ascendência, etnia e local de origem”.

Nos autos do processo, a alegação foi a de que o comissário de bordo agiu de forma errônea ao julgar que os passageiros eram estrangeiros e “não americanos”, sendo assim uma atitude discriminatória.

Aberto no começo desta semana pelo Tribunal Distrital dos EUA, o processo diz que a companhia violou leis federais anti-preconceito, ao tratar a família de forma discriminatória pela sua ascendência.

Como indenização, Boris pede US$ 15 milhões pela humilhação, US$ 5 milhões por danos morais e US$ 5 milhões por danos punitivos. A American comentou o caso dizendo que está analisando de perto os fatos do processo.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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