Passageiros da Emirates podem ficar sem comida em voos do Reino Unido no Natal com ameaça de greve

Passageiros da Emirates que embarcarem de grandes aeroportos do Reino Unido, como Heathrow e Gatwick, em Londres, com destino a Dubai, estão sob alerta de possíveis interrupções no serviço de catering durante as festividades de Natal. Mais de 700 funcionários de catering, representados pelo poderoso sindicato Unite, estão considerando uma greve em resposta a mudanças nos termos de trabalho sem consulta.

Os trabalhadores, empregados pela Dnata, uma subsidiária do Grupo Emirates, estão se manifestando contra alterações nas escalas de trabalho, gestão de ausências e férias anuais, que dizem ter sido implementadas sem diálogo. A Dnata recentemente divulgou resultados financeiros recordes, com lucros antes de impostos de US$ 2,8 bilhões nos primeiros seis meses de 2024.

Balvinder Bir, oficial nacional da Unite para aviação, adverte que a greve impactaria severamente grandes companhias aéreas em oito aeroportos britânicos. “Ainda há tempo para evitar essa ação industrial, mas isso exige que a Dnata entre em negociações significativas com a Unite sobre as mudanças propostas“, afirmou Bir.

A Unite enfatizou sua intolerância com qualquer tentativa da Dnata de impor mudanças prejudiciais aos termos e condições de trabalho sem o devido processo. Sharon Graham, secretária-geral da Unite, sublinhou que não aceitarão manobras para contornar os trabalhadores e modificar termos sem consulta.

Por outro lado, uma porta-voz da Dnata expressou surpresa e decepção com a decisão do sindicato de convocar uma votação para a greve, classificando as alegações de mudanças sem consulta como “totalmente imprecisas”.

A empresa destaca que já implementou aumentos salariais para lidar com o custo de vida e reconhece as contribuições dos funcionários. O atual pacote oferecido estaria alinhado com as condições de mercado e padrões da indústria.

A votação entre os trabalhadores está prevista para ser concluída em 5 de dezembro. Caso os funcionários optem pela greve, a paralisação poderá ocorrer durante o movimentado período de Natal e Ano Novo, potencialmente deixando passageiros sem refeições nos voos, o que gera uma preocupação adicional para as operações da Emirates durante uma das épocas mais agitadas do ano.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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