Passageiros enfrentam filas de até 7 horas para conseguir entrar em Londres

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Foto de Quintin Gellar via Pexels.com

As políticas de contenção da pandemia de COVID-19 têm causado reclamações em um dos aeroportos mais movimentados do mundo. O Aeroporto de Heathrow, em Londres, que tem registrado filas de até sete horas nos canais de controle de passaporte para entrada no Reino Unido.

A rede de notícias BBC entrevistou vários passageiros que relataram espera de cinco a até sete horas de espera para passar pelos guichês de controle de passaporte nos primeiros dias de março. Os viajantes relataram que havia poucos agentes de fronteira nos balcões para atender centenas de passageiros ao mesmo tempo.

Alice, uma passageira britânica de 26 anos, que voltava de um atendimento médico em Viena, na Áustria, disse ao canal que entrou na fila às 18h30 da noite em um domingo, mas só conseguiu ser atendida à 1h30 da madrugada seguinte. “O pessoal não ofereceu cadeiras, não houve distanciamento social. Apenas cerca de três ou quatro pessoas estavam verificando os documentos. Uma mãe teve que alimentar seu bebê no chão. Não é humano”, disse a jovem.

Outra passageira, Camilla Tetley, também de 26 anos, que estava voltando de uma temporada em Düsseldorf, na Alemanha, contou ter entrado na fila às 19h e não saiu até a 1h30. “A fila parecia nunca ter fim. Não havia onde sentar, inclusive para pessoas com crianças ou idosas. Eu me senti como se tivéssemos ficado presos”, relatou a viajante, que também reclamou da falta de organização para manutenção do distanciamento social.

Governo

A administração do aeroporto de Heathrow disse que o serviço nos balcões é gerenciado pelo governo britânico, que deve garantir um número suficiente de funcionários para atender à demanda.  “É profundamente lamentável que a Força de Fronteira não tenha sido capaz de fornecer recursos adequados, apesar de nossas muitas tentativas de destacar as implicações de não fazê-lo.”, disse o porta-voz do aeroporto em nota.

Na Inglaterra, o setor é controlado pela Força de Fronteira, que faz parte do Ministério do Interior. Em declaração para a reportagem, Lucy Moreton, secretária geral do Sindicato para Fronteiras e Imigração (ISU, em inglês), disse que as filas foram causadas pelas restrições contra a Covid-19 impostas pelo governo. “Os funcionários foram colocados em bolhas com espaçamento de 10 guichês para reduzir o risco de infecção cruzada. Mas isso impede que mais agentes sejam destacados quando o desembarque estiver movimentado”, conta.

As regras rígidas para controle da doença, que exige a conferência detalhada das condições de saúde do viajante e dos locais pelo qual passou antes da chegada ao país, elevam o tempo de atendimento e contribuem para aumento das filas.

A Força de Fronteira disse que as regras de segurança foram alinhadas e aprovadas com os sindicatos de profissionais e que a situação relatada pela BBC é pontual e pouco frequente. O maior causador da situação, contudo, é do próprio passageiro, que não chega aos balcões com todos os protocolos sanitários obrigatórios devidamente atendidos.

“Infelizmente, um grande número de pessoas que chegam não estão com seus pacotes de teste obrigatórios exigidos para os dias de quarentena no Reino Unido. Isso causa atrasos, pois devem a comprá-los no próprio aeroporto depois de verificados pela Força de Fronteira”, justificou o órgão.  Por enquanto, não há planos de mudanças no atendimento no local.

Fabio Farias
Fabio Farias
Jornalista e curioso por natureza. Passou um terço da vida entre aeroportos e aviões. Segue a aviação e é seguido por ela.

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