Passageiros ficam 4 horas presos em avião congelado e British Airways recebe multa de US$ 135 mil

Avião Boeing 787-9 British Airways
Imagem: Aero Icarus / CC BY-NC-SA 2.0, via Flickr

A British Airways foi multada em 135.000 dólares após passageiros serem mantidos por horas presos dentro de um avião no Aeroporto de Austin, no Texas, à espera de um caminhão de descongelamento, de acordo com uma nota do Departamento dos Transportes dos Estados Unidos (DOT). O caso foi registrado em 2017, mas apenas agora teve desfecho.

O atraso deixou 185 passageiros presos a bordo do avião, que deveria decolar de manhã para Londres, por mais de quatro horas. O voo BA-190 foi impactado pela forte onda de tempo frio que assolou Austin naquele inverno e o operador de serviços de solo terceirizado possuía apenas um caminhão de degelo capaz de descongelar o Boeing 787 Dreamliner.

Depois que os passageiros embarcaram normalmente, o processo de degelo começou. Infelizmente, o caminhão ficou sem fluido de descongelamento e teve que sair para ser reabastecido, resultando no referido atraso. A lei dos EUA exige que as companhias aéreas tenham planos de contingência para longos atrasos na pista de três horas para voos domésticos e quatro horas para voos internacionais, sendo que após esse período, os passageiros devem ser desembarcados.

No caso do voo BA-190, o piloto não levou em conta a falta de experiência em processos de degelo em Austin, uma área geralmente mais quente do país, e o processo de descongelamento foi mais demorado do que o esperado.

Uma longa investigação do Escritório de Proteção ao Consumidor de Aviação, do DOT, concluiu que a British Airways foi responsável por uma violação dos regulamentos de atraso na pista. A companhia aérea contestou as conclusões e afirmou que o atraso foi “razoável e consistente com o objetivo de transportar os passageiros para o destino desejado”.

Entretanto, a penalidade é determinada por passageiro, e não por voo, o que explica a alta multa imposta. A companhia aérea aceitou a ordem final para evitar mais litígios. Durante o atraso, a tripulação de cabine da British Airways serviu comida e bebida aos passageiros. A multa será reduzida pela metade se a British Airways pagar nos próximos seis meses.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

Veja outras histórias