Passageiros passam por solavancos e “queda livre” em voo que feriu 25; investigadores culpam os pilotos

Uma investigação da National Transportation Safety Board (NTSB), recentemente reportada pela imprensa americana, revelou que os pilotos de um voo da Hawaiian Airlines, em 2022, decidiram voar por uma célula de tempestade em formação, resultando em turbulência severa que feriu 25 pessoas a bordo do Airbus A330.

O voo HA-35, com destino a Honolulu, foi gravemente afetado por turbulência no dia 18 de dezembro de 2022, quando os pilotos optaram por seguir uma rota diretamente através de uma tempestade em desenvolvimento, apesar de estarem cientes dos riscos significativos de turbulência através de relatos meteorológicos e boletins emitidos pelo National Weather Service.

Antes do ocorrido, os pilotos observaram uma grande pluma de nuvens em rápida ascensão sob a aeronave, mas subestimaram a gravidade da possível turbulência, acreditando que o avião passaria pela maior parte dela sem problemas. Eles alertaram a comissária-chefe sobre o risco apenas três segundos antes de entrarem na zona de turbulência.

A NTSB relatou que a rápida descida da aeronave provocou caos na cabine, com passageiros sendo lançados no ar, como se estivessem em “queda livre”. Alguns passageiros sofreram ferimentos graves, como hemorragias cerebrais, fraturas na coluna e costelas quebradas. Uma comissária de bordo também sofreu lesões sérias, incluindo costas e costelas quebradas, além de uma grave lesão na cabeça.

O impacto da turbulência foi tão intenso que passageiros descreveram situações dramáticas, como uma ocupante da Primeira Classe sendo arremessada de sua cadeira, e uma mãe quase perdendo o controle de seu bebê durante a descida repentina da aeronave.

Após a estabilização do voo, um piloto da Hawaiian Airlines que estava de folga e viajando na Primeira Classe, inspecionou a cabine e ajudou a realocar passageiros feridos. Ele encontrou muitos passageiros em choque, assim como comissários de bordo incapacitados devido a ferimentos.

O relatório da NTSB destacou que uma decisão verbal mais clara por parte dos pilotos, avisando os passageiros sobre a turbulência iminente, poderia ter prevenido algumas das lesões.

A investigação concluiu que a causa provável do acidente foi a decisão da tripulação de voo de sobrevoar uma célula de tempestade evidente, apesar das informações meteorológicas que indicavam a possibilidade de atividade convectiva severa.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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