Passaredo vê aeroporto de Lábrea perigoso após achar fezes de cavalo e buracos na pista

Avião ATR 72 VoePass Passaredo
Imagem: Voepass

Em que pesem as recorrentes notícias de obras e melhorias em vários aeroportos brasileiros, há outros cujo abandono é evidente. Um deles é o aeroporto de Lábrea, na Amazônia, onde cercas quebradas, buracos na pista e até cavalos trafegando no sítio aeroportuário são parte do dia-a-dia.

Todos esses fatores podem, tranquilamente, contribuir para um acidente aéreo e até uma tragédia e, por isso, a Voepass, que opera no local, emitiu um comunicado interno informando aos seus pilotos para ficarem atentos aos perigos de voar ali.

Imagem: Google Maps

Dentre os principais tópicos citados no documento, enviado ao AEROIN por fontes próximas da empresa, estão o risco de incursão da pista de pouso por pessoas, veículos e animais de todos os portes; os riscos para a integridade da aeronave e ocupantes por conta do terreno degradado, com buracos, pedras e até vegetação crescendo na pista, além de má sinalização.

Falta de cerca e fezes de cavalo

Durante uma vistoria, foram identificados objetos na pista, buracos, trincas profundas, vegetação, fezes de cavalo e até mesmo um tamanduá. Trilhas na cabeceira e próximas da pista evidenciam a presença humana no local, o que também pode resultar em acidentes.

A última intervenção no aeroporto aconteceu na década de 1980 e, desde então, nenhuma outra reforma foi conduzida, deixando aeroporto à própria sorte. A fiscalização falha ou inexistente também resulta nos vandalismos da cerca de segurança e construção de trilhas.

Tamanduá na pista

Lábrea é um município do interior do estado do Amazonas, com população de 48 mil habitantes. Em local remoto, a única forma de chegar por terra ao município é pela Rodovia Transamazônica, de modo que o transporte aéreo desempenha importante papel para a economia da região. A agropecuária é quem mais contribui para a economia local e coloca o município como o 36º maior PIB da agropecuária no Brasil.

Atualmente, apenas a Voepass (Passaredo/MAP) operam voos no local com aeronaves de maior porte. Outras empresas menores, como a Rio Madeira Táxi Aéreo, também têm operações na região. A empresa paulista já sinalizou anteriormente o interesse em aumentar as frequências na região.

Ainda assim, o aeroporto local possui tantas e lamentáveis deficiências. Ele é administrado. Se o Governo deseja levar adiante, para valer, o projeto Aero Amazonas, é fundamental que esses problemas sejam endereçados.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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