Pesquisa destaca desafios no transporte aéreo de mercadorias perigosas

Imagem meramente ilustrativa – Fonte: Floripa Airport / Zurich Airport Brasil

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) e Labelmaster, junto ao Boletim de Carga Perigosa (Hazardous Cargo Bulletin), anunciaram os resultados de sua sétima Perspectiva Anual de Confiança de Mercadorias Perigosas de 2022 (2022 Global Dangerous Goods Confidence Outlook). Os resultados da pesquisa destacaram a necessidade de maior consistência do processo, maior automação e dados mais confiáveis ​​para facilitar o transporte seguro de mercadorias perigosas (DG – Dangerous Goods).

Segundo Robert Finn, vice-presidente da Labelmaster, as interrupções globais da cadeia de suprimentos colocaram ainda mais pressão sobre os profissionais e empresas responsáveis ​​pelo envio de mercadorias com segurança e conformidade.

“Embora existam muitas áreas de melhoria ao longo do ano passado, a pesquisa demonstrou uma ampla conscientização sobre a necessidade de melhorar os processos, treinamento, tecnologia e infraestrutura de DG”, afirma Finn.

Nick Careen, vice-presidente sênior de operações, segurança e proteção da IATA, diz que a indústria de transporte aéreo lida com mais de 1,25 milhão de embarques de DG por ano, e o crescimento do comércio eletrônico e a proliferação de baterias de lítio nas cadeias de suprimentos globais são dois indicadores de que o número de remessas de DG crescerá.

“Para lidar com os DGs com segurança, devemos melhorar ainda mais a conformidade com os padrões globais. Quase qualquer item pode ser enviado com segurança, desde que tenhamos profissionais bem treinados seguindo padrões globalmente acordados e apoiados pela tecnologia e infraestrutura corretas”, explica Careen.

Principais descobertas e recomendações

Existe uma base sólida para a conformidade:

– Quase um quarto dos entrevistados (24%) disse que a conformidade de DG é uma vantagem competitiva; e

– Outros 37% disseram que suas organizações vão além do que é exigido pela regulamentação, enquanto 39% aderem apenas aos requisitos mínimos.

Há consciência de que são necessárias melhorias críticas:

– Apenas 25% acreditam que a infraestrutura atual de sua organização está equipada para atender às necessidades futuras; e

– 82% acreditam que o investimento de DG de sua organização não pode suportar regulamentações futuras ou mudanças na cadeia de suprimentos.

A confiança em aspectos-chave do manuseio de DG ficou em torno de 50%, apontando para áreas de melhoria:

– 64% relataram confiança na capacidade de lidar com a logística reversa;

– 56% disseram que receberam respostas rápidas/de qualidade das autoridades reguladoras;

– 55% estavam confiantes na confiabilidade dos dados mestre;

– 55% acreditavam que a tecnologia estava sendo aproveitada o suficiente para oferecer suporte a remessas seguras;

– 53% disseram que as regras de DG são fáceis de aplicar;

– 52% têm o orçamento necessário;

– 48% acreditavam que há suporte C-suite suficiente;

– 48% notaram aplicação regulatória suficiente das regras de DG; e

– 48% estavam confiantes na conformidade de DG de sua organização.

A maioria dos entrevistados (67%) indicou que a sua organização estava preparada para lidar com DG na maioria ou em todas as suas localizações. As principais prioridades foram identificadas como:

– Automatização de processos (61%);

– Harmonização de processos em toda a cadeia de suprimentos (59%);

– Acesso a dados completos e precisos (52%);

– Obtenção de autorizações especiais, cartas de interpretação, etc (48%); e

– Garantia de que o treinamento seja eficaz e atualizado (45%).

Quatro recomendações principais se originam da pesquisa:

Tecnologia: automatizar as operações de DG e estabelecer processos confiáveis ​​em toda a cadeia de suprimentos;

Treinamento: utilizar experiências de gamificação ou treinamento em 3D para treinar e recertificar melhor os funcionários;

Embalagem: Utilizar novas soluções de embalagem para melhorar ainda mais a eficiência, segurança e conformidade; e

Regulamentos: Usar materiais regulatórios digitais para manter os profissionais de DG atualizados.

Finn completa dizendo que a pesquisa mostra que é fundamental que as organizações avaliem suas operações de DG e identifiquem processos, lacunas de infraestrutura e áreas de oportunidades. “A boa notícia é que fazer melhorias significativas não precisa ser difícil ou exigir investimentos significativos”.

Careen conclui acrescentando que as empresas não precisam reinventar a roda. “A IATA tem soluções digitais para melhorar a conformidade. O DG AutoCheck, por exemplo, automatiza a tarefa manual complexa e demorada de verificar se a declaração de cada expedidor está em conformidade e se os pacotes estão corretos, marcados, rotulados e embalados, o que melhora a eficiência. Isso agiliza os processos e aumenta a segurança”.

Informações da IATA

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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