Receba as notícias em seu celular, clique para acessar o canal AEROIN no Telegram e nosso perfil no Instagram.
Em mais um perigoso caso de pouso em pista errada, a autoridade de aviação civil do Irã (CAO) divulgou nesta semana suas conclusões sobre a investigação de um grave incidente ocorrido em 7 de outubro.
A aeronave envolvida foi o Airbus A319 registrado sob a matrícula EP-IEP, da companhia aérea Iran Air, quando realizava o voo de número IR-449 de Isfahan para Tabriz, ambas no Irã, com 97 passageiros e 9 tripulantes a bordo.
O jato comercial estava em uma aproximação VOR/DME 1 para a pista 12L de Tabriz e foi autorizado a pousar nesta pista, no entanto, pousou na pista paralela 12R. A Torre de Controle avisou a tripulação sobre o pouso na pista errada após eles terem livrado para a taxiway, e a tripulação se desculpou pelo engano.
Pousos em pista errada podem ter consequências fatais, já que outra aeronave pode estar utilizando-a ou cruzando-a durante a movimentação de solo, levando a uma colisão.
Análise do pouso
A CAO relatou que durante o incidente o comandante era o piloto de monitoramento e o primeiro-oficial (copiloto) era o piloto voando a aeronave.
Após ter recebido a autorização para pousar na pista 12L, a tripulação se distraiu ao falar de outro voo da Mahan Air enquanto conduzia a aproximação. Como resultado, ambos tripulantes esqueceram que sua autorização de pouso havia sido emitida para a 12L.
Não houve comunicação entre os dois pilotos para verificar sua autorização de pouso ou a pista à frente, eles só perceberam que haviam pousado na pista errada após o aviso da torre.
Análise de fatores contribuintes
A CAO analisou que o voo foi o terceiro trecho da tripulação naquele dia. O comandante estava em stand-by e foi chamado de prontidão para o voo não programado após ter tido apenas 10 horas de descanso, violando os requisitos de planejamento de escala da empresa.
Após o voo, o comandante foi questionado sobre sua licença e apresentou documentos errados, que estavam desatualizados. Ele havia esquecido de levar os documentos corretos com ele, mas estava devidamente licenciado.
O primeiro voo do dia, de Teerã para Tabriz, voado pelo comandante, havia sido liberado para pousar na pista 12R após solicitar a pista 12R. Normalmente Tabriz usa a pista de concreto 12L/30R para pousos e a pista de asfalto 12R/30L para decolagens.
Na partida de Trabiz para Isfahan, a tripulação solicitou a pista 12L para decolar, pois a pista de asfalto não estaria em condições de aguentar o peso da aeronave, e foi autorizada.
No terceiro voo, com o comandante sendo o piloto de monitoramento, o Controle de Tráfego Aéreo (ATC) usou a pista 12L padrão para pouso e a tripulação não solicitou em nenhum momento a pista 12R.
Embora os pilotos falaram entre si sobre o voo da Mahan, o ATC indicou a pista de pouso 12L para ambas as aeronaves, portanto, nunca houve menção à pista 12R.
A investigação definiu que, com base na mentalidade do pouso anterior naquele aeroporto no mesmo dia, a tripulação aproximou para a pista 12R, mas se esqueceu de solicitar ao Controle de Tráfego e esqueceu que sua autorização de pouso era para a pista 12L.
Condições atmosféricas não tiveram nenhum efeito no incidente.
Gerenciamento de recursos de equipe
A CAO avaliou aspectos de gerenciamento de recursos de cockpit/equipe (CRM), e concluiu que o piloto voando não prestou atenção suficiente à comunicação entre o piloto de monitoramento e o ATC.
O piloto de monitoramento, por seu lado, confundiu a autorização para pousar na pista 12L com autorização para pousar na 12R.
Ambos os pilotos demonstraram fraquezas nos fatores de CRM, como gerenciamento de recursos de equipe, gerenciamento do cockpit e compartilhamento de tarefas e, como resultado, perderam a consciência situacional.
Conclusão e causas do incidente
O relatório aponta que, diante das informações coletadas e da análise feita, a principal causa do acidente é o erro do piloto em comando ao não confirmar a pista autorizada para o pouso, mas também se apresentam como contribuintes o gerenciamento de cockpit e o julgamento ruim.
Fatores organizacionais e o erro do piloto de monitoramento não são descartados como contribuintes neste evento.
Recomendações de segurança
A fim de prevenir acidentes semelhantes, as seguintes recomendações de segurança são fornecidas aos destinatários deste relatório:
À Organização da Aviação Civil:
– Tomar medidas para fortalecer a inspeção de rampa de aeronaves e tomar as medidas necessárias para avaliar os pilotos;
– Verificar a qualidade da pista do Aeroporto de Tabriz.
A todas as companhias aéreas:
– Revisar as instruções de operação de suas aeronaves (SOP) quanto ao método efetivo de confirmação, entre os pilotos, da pista de pouso autorizada em aeroportos com pistas paralelas.
À companhia aérea Iran Air, o seguinte deve se aplicar aos pilotos:
– Fazer cursos de CRM, Gerenciamento de Fadiga e Fator Humano, Consciência Situacional;
– Treinamento SOP;
– Realizar pelo menos 10 horas de voo sob supervisão para o piloto do incidente;
– Determinar as instruções e procedimentos necessários para o acompanhamento;
– Ter certificações válidas com a tripulação de voo;
– Correções no planejamento da tripulação de voo a ser feito de acordo com os requisitos Air OPS da organização.
Com informações da CAO
Receba as notícias em seu celular, clique para acessar o canal AEROIN no Telegram e nosso perfil no Instagram.