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Piloto da jetBlue fica impossibilitado de voar após odor a bordo e processa a empresa

piloto jetblue A320

Um ex-piloto da companhia aérea jetBlue ganhou um processo contra a companhia, após alegadamente ter ficado impossibilitado de voar ao inalar fumaça dentro de um avião da empresa. O caso aconteceu em 2017 com o Comandante Andrew Myers, hoje com 54 anos.

Segundo o site Paddle Your Own Kanoo, durante 15 anos Andrew foi piloto da empresa fundada pelo brasileiro David Neeleman, e considerada irmã da Azul Linhas Aéreas. Em mais um dia normal de voos na empresa, o comandante foi escalado para comandar um avião Airbus A320 que, no dia anterior, havia registrado um relato de “forte odor” a bordo, sentido pela tripulação e passageiros.

Chegando na aeronave, que estava vazia, o comandante foi diretamente verificar a situação juntamente com o primeiro-oficial. Durante o teste inicial dos motores, Andrew já sentiu o odor estranho, mas o seu colega não. Num segundo teste de motores o odor aumentou e o primeiro-oficial também sentiu. Segundo os tripulantes era um “fedor parecido com de fumaça, algo queimando com cheiro de óleo”.

Tremores

Logo após o segundo teste, eles começaram a sentir dor de cabeça e começaram a tossir, tendo saído do avião para tomar ar fresco. Nesse momento, a aeronave foi desacoplada da ponte de embarque para evitar que o odor entrasse no terminal de passageiros.

Minutos depois, tentaram novamente o teste de motores e o cheio forte retornou, causando espasmos e tremores no lado direito do corpo do comandante. Ao longo do dia Andrews viu seu quadro piorar, tendo pedido dispensa da JetBlue e retornado para São Francisco. Ao desembarcar ele ficou confuso a um ponto que não sabia qual era o hotel ou o endereço.

No dia seguinte ele melhorou e fez mais um voo, sentindo apenas uma leve dor de cabeça. Depois disso, Andrew diz que voltou a ter alguns sintomas como os tremores, e começava a engasgar de uma maneira que não conseguia se comunicar.

Indo ao médico

A situação ficou tão grave que ele precisou de uma bengala para evitar quedas. Além disso tinha episódios de falta de ar, dor de cabeça leve mas constante, tremores nas extremidades do corpo, confusão e limitação cognitiva.

Em dezembro do mesmo ano, ele foi até um médico credenciado pela FAA (Administração Federal de Aviação dos EUA), onde o especialista afirmou que ele não poderia mais voar devido à sua condição.

Sem poder trabalhar, Andrews processou a jetBlue pelo caso. A empresa confirmou na corte que houve o odor naquele avião, mas negou que tivesse relação com os sintomas que o incapacitaram de voar.

Batalha judicial

Após uma batalha de pouco mais de dois anos na Corte do Estado do Oregon, Andrew ganhou a ação e receberá $245 mil dólares de compensação da companhia.

Em relatório apresentado pela jetBlue, foi apontado que o odor era gerado por uma rachadura na APU (Motor auxiliar que serve como “motor de arranque” dos aviões à jato e turboélice).

Esta rachadura fez com que o óleo da APU vazasse e fosse parar no sistema de ar-condicionado da aeronave, gerando o odor e atingindo o comandante. Não foi informado o que causou a rachadura e as medidas que a empresa fez para evitar novos casos. Também não temos detalhes de como isso afetou o sistema nervoso do comandante ao ponto de incapacitá-lo para a profissão.