A Delta Air Lines resolveu pagar a indenização devida e encerrar um processo de longa data movido pela piloto Karlene Petitt, que foi chamada de bipolar e demitida após ter denunciado situações irregulares na empresa aérea. O acordo segue a decisão de um árbitro federal, que concordou com as reivindicações da piloto e disse que a aérea não mostrou nenhuma prova sobre sua falta de capacidade para pilotar.
A situação começou em 2016, depois que Petitt entregou a dois altos executivos da Delta um relatório com mais de 40 páginas no qual ela levantou alegações sobre pilotos sendo forçados a voar quando estavam cansados, lacunas no treinamento de pilotos da Delta, falsificação de registros de treinamento e outros problemas. Ela também enviou um e-mail ao CEO da companhia aérea.
Depois de se reunir com executivos da Delta, Petitt foi encaminhada a um psiquiatra escolhido pela companhia, que diagnosticou um transtorno bipolar. Ela foi então suspensa por quase dois anos até que médicos independentes a consideraram apta para voar.
Entendendo tudo isso como uma retaliação por sua denúncia, ela processou a empresa aérea pedindo reparação. Os termos do acordo assinado são confidenciais, embora o escritório de advocacia que representa a profissional tenha dito que estavam “em linha” com a decisão do árbitro de 2020, que dizia que Karlene Petitt merecia receber US$ 500.000 (cerca de R$ 2,5 milhões) em compensação por danos à sua carreira.
A Delta, com sede em Atlanta, se recusou a comentar à imprensa americana.
Karlene Petitt não é uma entrante no mercado, mas uma das mais antigas mulheres aviadoras na Delta e muito respeitada. Ela é Doutora em Filosofia e Segurança da Aviação pela Embry Riddle, uma das maiores universidades aeronáuticas do mundo. Ela já pilotou os jatos Boeing 727, 737, 757, 767 e 747, além do Airbus A330 e A350XWB, sendo que este último é sua posição atual como primeira-oficial.
