Um incidente grave ocorreu no Catar com um copiloto que se perdeu durante um voo em modo manual da aeronave – e o caso só veio à tona agora.
Na madrugada do última dia 9 de janeiro, um Boeing 787-8 Dreamliner da Qatar Airways, cuja matrícula era A7-BCO, decolou da pista 16L do Aeroporto Internacional de Doha, no Catar, com destino a Copenhague, na Dinamarca. O voo QR-161 decolou normalmente e atingiu 1.800 pés de altitude quando o avião entrou em uma descida acentuada, perdendo 1.000 pés em apenas 24 segundos.
O avião foi recuperado e prosseguiu seu voo até Copenhague, onde pousou com segurança, cerca de seis horas depois. De acordo com informações obtidas hoje pelo The Aviation Herald, o copiloto estava pilotando na ocasião.
Quando a aeronave estava a aproximadamente 1.600 pés, foi autorizada a seguir direto para o próximo ponto da rota. O copiloto tentou virar manualmente para o ponto, sem os auxílios do direcionador de voo (Flight Director), que forma uma cruz onde o piloto deve seguir e manter ela centralizada no seu horizonte artificial.
O comandante, porém, não havia inserido ainda no sistema de navegação a opção pela rota direita. O copiloto, sem referências externas por ser um voo noturno sobre o mar e sem o Flight Director, acabou perdendo a consciência situacional, fazendo com que o avião entrasse em descida com razão de 3.000 pés por minuto, inclusive excedendo o limite de velocidade do avião com os flapes ainda baixados.
O comandante, então, tomou conta da situação, recuperou o avião a cerca de 800 pés (243 metros) acima do nível do mar. A ocorrência não foi relatada às autoridades do Catar e só veio à tona mais tarde.
Dados do ADS-B mostraram que a aeronave alcançou aproximadamente 1.850 pés de altitude e então começou a descer, alcançando 850 pés apenas 24 segundos depois, enquanto fazia uma curva de 37º à esquerda. Já os dados da plataforma RadarBox apontam para uma razão de descida ainda maior, com – 3.750 pés de por minuto, confira abaixo.
Até o momento de publicação desta reportagem, as autoridades do Catar não haviam liberado um relatório oficial sobre o incidente e não comentaram o caso, assim como a companhia aérea que é estatal.