Pilotos abortam decolagem do grande avião Boeing 747 em Campinas; veja o momento e entenda a situação

Boeing 747-400F da KLM Cargo, igual visto no vídeo apresentado a seguir

Um vídeo captado neste sábado, 27 de agosto, por uma das câmeras ao vivo que mostram aeroportos do Brasil, permite acompanhar mais uma evolução de uma ocorrência aeronáutica e os procedimentos relacionados.

Na gravação a seguir, publicada pelo canal “Golf Oscar Romeo” no YouTube, nota-se toda a sequência da decolagem abortada pelos pilotos de um Boeing 747 no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP). Abaixo do vídeo, entenda um pouco mais sobre a situação.

O avião Jumbo Jet visto no vídeo acima é o registrado sob a matrícula PH-CKA, um Boeing 747-400 cargueiro da KLM Cargo e operado pela Martinair Cargo (ambas holandesas e pertencentes ao mesmo grupo de empresas aéreas).

A empresa holandesa voa regularmente para o Aeroporto de Viracopos, usando tanto os três Jumbos azuis da KLM Cargo quanto o único que tem a própria cor vermelha da Martinair.

Neste sábado, o PH-CKA havia chegado de Amsterdã, Holanda, às 06h00 da manhã e, nas cenas deste vídeo, partia às 12h15 no voo MPH-7552 quando houve a necessidade de abortar a decolagem.

Além das imagens, o áudio das comunicações da frequência da Torre de Controle do aeroporto permite acompanhar mais alguns detalhes da sequência dos fatos.

Como se ouve (em inglês), após a autorização de partida dada pelo controlador de tráfego aéreo, os pilotos aceleram o Jumbo a partir da cabeceira 33 de Viracopos, porém, alguns segundos depois, o avião desacelera e eles logo informam ao controlador sobre a abortagem (também chamada de rejeição) da decolagem.

Dados das plataformas de rastreamento online mostram que o Boeing 747 chegou a cerca de 90 nós (166 km/h) até a frenagem ser iniciada, uma velocidade bastante inferior à de saída do solo. Tanto que o Jumbo pôde ser taxiado para fora da pista logo na interseção B, ainda por volta do meio da pista.

Logo depois de os pilotos terem informado sobre a rejeição, o controlador pergunta a eles se seria possível que livrassem a pista pela taxiway B. Isso aconteceu porque havia uma aeronave se aproximando para pouso, e se os pilotos precisassem manter o jato na pista por conta de algum problema, ou taxiar até outra interseção mais à frente, poderia ser necessário orientar uma arremetida do avião em aproximação.

Após a confirmação da saída pela interseção B, o controlador fornece as instruções sobre a frequência do controle de solo, e ainda solicita aos pilotos para informarem qual o motivo da rejeição de decolagem.

A resposta dos pilotos não está completamente inteligível, de maneira que não fica claro o motivo, mas é perceptível que se tratou de algum problema com a pressão de algum sistema. (Atualização: pressão de pneu.)

Por fim, atento à segurança das operações, o controlador ainda informa aos pilotos do avião que chegava para pouso sobre o Jumbo ainda estar parado na taxiway B, para que eles estivessem atentos caso utilizassem tal taxiway para sair da pista.

O Boeing 747 foi levado de volta para o pátio, e após cerca de duas horas, partiu novamente para o voo MPH-7552, dessa vez decolando sem novas intercorrências e prosseguindo até Bogotá, na Colômbia.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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