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Pilotos de caça de Israel entram em greve contra a reforma judiciária do país

Os protestos em Israel chegaram a um nível alto e agora também afetam os militares do país e a própria defesa do estado.

Divulgação – IAF

A reforma proposta pelo governo garante que o Knesset, que é o parlamento israelita, derrube decisões da Suprema Corte que revogam as leis que o próprio Knesset aprovou em votação, além de dar mais poder os parlamentares para escolherem juízes e fazerem outras alterações. Esta diminuição do poder judiciário desagradou boa parte da população, que tem feito grandes protestos nas ruas.

Segundo o jornal Times of Israel, a mobilização foi além dos civis, de modo tal que 37 dos 40 pilotos do 69º Esquadrão da Força Aérea de Israel (IAF) decidiram não participar dos treinamentos desta quarta-feira e foram “dedicar o tempo para discurtir e pensar no bem da democracia e da unidade do povo”.

Atualmente, o esquadrão voa caças Boeing F-15I e já atuou em grandes operações, como ataque à uma usina nuclear na Síria. A preocupação dos pilotos é que as mudanças no judiciário possam implicar em decisões contrárias aos militares, principalmente nas missões realizadas em países vizinhos.

Uma reunião com 50 caçadores já tinha sido realizada na última sexta, onde muitos apontaram a vontade de sair das forças armadas “caso as mudanças no judiciário afetem a democracia e a execução do serviço militar”, disseram.

No entanto, esta não é a primeira vez que este tipo de ação parte de pilotos militares no país. Insatisfeito com o dano colateral causado por um bombardeio de seu esquadrão, em 2003, o Brigadeiro Iftach Spector, escreveu uma carta junto de 27 outros pilotos de caça, pedindo para não atacarem mais alvos que estivessem em áreas civis.

A carta teve um grande impacto na sociedade israelita e gerou outros protestos, inclusive das forças especiais do exército, contra a atuação de Israel na Faixa de Gaza. Spector acabou sendo desligado da Força Aérea Israelense (IAF), mas recebeu reconhecimento internacional por sua coragem e independência. Anos depois ele escreveu o livro “Alto e Bom Som: Memórias de um piloto israelense”, contando a história por completo, além de várias memórias de guerra.

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