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Pilotos de Embraer E2 da Azul declaram “Pan Pan Pan” antes de pousar em Campinas

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Um avião da Azul Linhas Aéreas realizou um pouso de emergência em Campinas, no interior de São Paulo, no domingo (24), depois que uma pane foi identificada pelos pilotos. O incidente foi incluído nessa semana na base de dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA).

Segundo o reporte, a situação anormal envolveu o Embraer E195 E2 de matrícula PS-AED, uma aeronave nova, com menos de 1,5 ano em serviço. O evento foi registrado durante o voo AD-4446, ligando Teresina a Campinas, que levava 131 passageiros e cinco tripulantes a bordo. Não houve um risco real à segurança do voo.

O que aconteceu

Após a decolagem de Teresina, os pilotos receberam um aviso nos displays a bordo indicando “AVNX MAU 2A FAIL”. A sigla MAU vem de “Modular Avionics Unit”, ou Unidade Modular de Aviônicos, um módulo que engloba vários equipamentos eletrônicos relacionados ao voo.

Exemplo de localização da MAU 2 em um Embraer E1

Entre os sistemas da MAU 2 dos E-Jets está o sistema de steering (controle direcional) do trem de pouso do nariz do avião, que ficou inoperante devido à pane. Nessa condição, a aeronave poderia ficar parada na pista após o pouso, devido à inabilidade em fazer curvas no solo.

Após avaliarem o Manual de Referência Rápida (QRH), os pilotos concluíram que era seguro seguir até o destino final em Campinas e assim ocorreu. Dados do FlightRadar24 mostram um perfil de voo completamente normal, com a aeronave cruzando a 38.000 pés durante a maior parte do tempo e depois se aproximando conforme o esperado.

Ainda assim, para que tivessem uma atenção dos serviços de controle de tráfego e de apoio do aeroporto, os pilotos julgaram necessário declarar urgência ao controlador de tráfego aéreo, através do código “Pan Pan Pan”.

O pouso aconteceu normalmente, após 2 horas e 50 minutos da decolagem, porém, dados do FlightRadar24 mostram que a aeronave permaneceu por cerca de 12 minutos na pista até voltar a se mover, não sendo possível definir se o fez por conta própria ou se foi rebocada.

Muitas vezes um procedimento de ‘reset’ do sistema, feito pelos pilotos, é capaz de solucionar a pane, portanto, os pilotos podem ou não ter conseguido resolver por conta própria.

Após o desembarque dos passageiros, o E2 foi levado para manutenção e voltou a voar apenas na noite do dia seguinte, após cerca de 35 horas no solo.

Imagem FlightRadar24

Duas vezes no PS-AED

Não é a primeira vez que esse mesmo avião tem problemas com o sistema de Steering.

No dia 15 de janeiro, o mesmo problema aconteceu com o PS-AED durante um pouso em Campo Grande. No entanto, na ocasião, os pilotos requisitaram que um trator rebocasse a aeronave até o pátio.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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