Pilotos de jatinho dão de frente com planador voando sem identificação e fazem manobra evasiva

Uma investigação francesa, conduzida pela BEA, descobriu que a tripulação de um Bombardier Challenger 300 evitou uma colisão aérea com um planador que estava voando sem ser detectado no espaço aéreo do terminal de Basel, na Suíça. O incidente grave aconteceu em 2019 e o relatório final da investigação foi publicado no início de fevereiro deste ano.

O planador, um Schempp-Hirth Nimbus-3DM (matrícula D-KPHJ), se manteve no espaço aéreo do aeroporto por 20 minutos, mas seu piloto não havia ativado o transponder ou feito contato obrigatório via rádio com os controladores de tráfego aéreo. O Challenger (HB-JGQ), vetorizado para aproximação ao aeroporto Basel-Mulhouse, estava descendo a 4.600 pés e a 210 nós quando encontrou o planador.

Como o transponder do planador não estava ativo, o sistema de prevenção de colisão do Challenger não foi capaz de detectá-lo. Após ser avisado pelo copiloto, o comandante do jato desligou o piloto automático, inclinou o avião em 45° e acelerou a descida para evitar uma colisão com o planador.

De acordo com a Autoridade de Investigação Francesa BEA, a tripulação do Challenger estimou que o planador estava a 30 metros de distância horizontalmente e praticamente na mesma altura no momento da manobra evasiva. A BEA afirmou que, devido à falta de dados completos para a trajetória do planador, a confirmação da separação horizontal e vertical foi impossível.

O planador partiu de Sarrebourg no dia 23 de maio de 2019 com destino a Leutkirch. O piloto disse aos investigadores que, depois de alcançar 4.200 pés perto de Munster, ao norte de Mulhouse, começou uma longa descida em direção à fronteira franco-alemã. Ele acreditava que estava abaixo do limite inferior do espaço aéreo do terminal, que começa a 3.000 pés, quando avistou o Challenger.

A BEA disse que o piloto do planador não havia apresentado um plano de voo, já que acreditava que não era necessário. No entanto, o inquérito afirma que é necessário para voos visuais transfronteiriços de e para a França. Felizmente, a vigilância externa da tripulação do Challenger durante a aproximação permitiu evitar uma colisão entre as duas aeronaves. Não houve feridos, mas foi por pouco.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

Veja outras histórias