Um voo da Austrian Airlines com destino a Maurício teve um desvio inesperado e retornou a Viena após quase 10 horas no ar, devido a uma recusa de sobrevoo no espaço aéreo da Eritreia.
Este caso inusitado ocorreu no sábado, 2 de novembro de 2024, envolvendo o voo OS-17 operado por um Boeing 777-200ER, matrícula OE-LPF, que deveria partir de Viena às 19h25 e chegar em Port Louis às 8h40 da manhã seguinte, após percorrer 8.622 km.
O voo decolou quase no horário previsto e iniciou sua jornada rumo ao sul, sobrevoando Hungria, Sérvia, Bulgária, Egito e Sudão. No entanto, ao sobrevoar o Mar Vermelho e se aproximar da Eritreia, a aeronave subitamente fez meia-volta e retornou a Viena, pousando às 5h25, cerca de 9 horas e 40 minutos após sua partida inicial.
Diferentemente de outros voos “para lugar nenhum” que decorrem de problemas de manutenção, este desvio não teve relação com manutenção. O motivo foi a falta de permissão para usar o espaço aéreo da Eritreia.
Segundo um porta-voz da Austrian, a Eritreia não concedeu a autorização de sobrevoo, atribuindo o incidente a uma “falha inexplicável e imprevisível” da Eritreia.
A companhia aérea afirma que havia recebido permissão para o sobrevoo, e que dias antes realizou a mesma rota sem problemas. No dia seguinte, a rota foi ajustada para evitar o espaço aéreo eritreu, desviando sobre Arábia Saudita e Omã quando a aeronave alcançou o Egito, para contornar completamente o corredor de espaço aéreo próximo à Eritreia.
O retorno desta forma foi questionável, considerando que o primeiro voo do mês na rota pode ter sofrido com alguma burocracia não solucionada, ou talvez a permissão de sobrevoo para novembro não estivesse correta. Resta saber se o problema era apenas burocrático ou algo além disso.
Alguns podem questionar por que a Austrian não alterou simplesmente a rota de voo. Os motivos podem incluir a necessidade de reabastecimento para continuar até Maurício sem comprometer os níveis mínimos de reserva de combustível. Além disso, desviar e reabastecer em outro local poderia provocar a expiração das horas de trabalho da tripulação, complicando ainda mais a situação.
Esta situação destaca a complexidade logística e burocrática enfrentada pelas companhias aéreas nesta região do mundo, onde a navegação aérea pode ser complicada por regras locais de países como Somália e Iêmen.